Campos Neto e o papo para lá de Marrakech sobre juros
Mercados locais reagem hoje à supostas declarações do presidente do Banco Central sobre o ritmo no cortes da taxa de juros básica no Brasil e à divulgação de inflação americana mais forte que a esperada...
Mercados locais reagem hoje à supostas declarações do presidente do Banco Central sobre o ritmo no cortes da taxa de juros básica no Brasil e à divulgação de inflação americana mais forte que a esperada.
Na véspera do feriado, rumores de falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre uma probabilidade maior de redução na magnitude de cortes da Selic de 0,5o ponto percentual para 0,25 p.p. levaram a um forte aumento nas taxas futuras, com taxas de vencimentos intermediários subindo mais de 10 pontos base no dia. A narrativa que circulou nas mesas de operação do mercado financeiro era de que Campos Neto teria feito a ponderação durante encontros em Marrakech, Marrocos, com investidores internacionais.
Durante o feriado, pessoas que estiveram com o presidente da autoridade monetária disseram que Campos Neto teria negado ter feito as declarações. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse a jornalistas que ainda busca informações para entender o contexto da fala. “Porque tem várias formas de ter dito isso. Inclusive, como uma forma de manter o propósito de que os cortes continuem no passo que estão. Eu vou conversar com o Roberto“, afirmou.
No cenário internacional, dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) nos Estados Unidos frustraram as expectativas do mercado e ficaram levemente acima do consenso. Os números derrubaram as bolsas internacionais na quinta-feira e trouxe alguma volatilidade nos juros, apesar das falas recentes de membros do FED (Federal Reserve) indicando que há possibilidade de se ter chegado ao pico do ciclo de alta do juro básico por lá.
Além disso, os investidores locais devem avaliar dados da balança comercial chinesa apontando queda das exportações menores que o esperado e redução das importações em linha com o consenso de mercado.
No campo das commodities, o petróleo volta a subir (+3,88% às 7h40) e era negociado de volta próximo ao patamar de US$90 o barril do tipo Brent. O minério de ferro, no entanto, encerrou a primeira parte das negociações em Singapura em leve queda de 0,36%, cotado a US$ 114,20 a tonelada.
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