Bolsa acumula perdas de 13,5% no ano com guinada na política fiscal brasileira
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acumulava uma perda anual de 13,5% até ontem, quando fechou em queda de 1,39%, aos 102.948. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o índice Dow Jones registrava alta de 18,2% de janeiro a novembro. A guinada na política fiscal do governo, com o populismo eleitoreiro de Jair Bolsonaro em busca da reeleição, é o principal fator que afeta os preços dos ativos no Brasil...
A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) acumulava uma perda anual de 13,5% até ontem, quando fechou em queda de 1,39%, aos 102.948. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, o índice Dow Jones registrava alta de 18,2% de janeiro a novembro.
A guinada na política fiscal do governo, com o populismo eleitoreiro de Jair Bolsonaro em busca da reeleição, é o principal fator que afeta os preços dos ativos no Brasil.
O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, afirmou que fatores externos e internos têm afetado as decisões dos investidores. Segundo ele, há uma preocupação dos analistas com o risco de estagflação mundial, com a inflação em alta nos Estados Unidos, na zona do euro, no Reino Unido e na América Latina.
Com isso, os bancos centrais das principais economias podem antecipar o processo de alta de juros, o que tende a retirar recursos de país emergentes.
“Aqui no Brasil a preocupação é fiscal. A relativa baixa popularidade Bolsonaro levou a uma guinada na política fiscal. Estamos vendo a adoção de medidas populistas para tentar alavancar a popularidade do presidente no ano que vem, quando ele vai tentar a reeleição. Isso está gerando preocupações sobre a trajetória da dívida pública. O enfraquecimento do arcabouço fiscal gera essa preocupação da dívida retomar uma trajetória de alta insustentável, como aconteceu durante o governo da presidente Dilma Rousseff”, disse.
Diante da piora dos indicadores fiscais e com a inflação em alta, afirmou Rostagno, o Banco Central é obrigado a subir os juros.
“A alta de juros reduz as estimativas de crescimento, piora a dinâmica de crescimento da dívida pública, que afeta negativamente a confiança do investidor, que retira os recursos do país ou deixa de aplicar aqui mesmo com preços de ativos baratos”, afirmou.
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