Boeing muda diretoria para conter crise
CEO da empresa deve sair até o fim do ano, e chefe da divisão de aviões comerciais deixa o negócio imediatamente
A Boeing anunciou nesta segunda-feira, 25, que o CEO da companhia, David Calhoun, deixará o cargo no final de 2024 como parte de uma ampla reestruturação da gestão. A medida é uma tentativa de estancar uma das maiores crises de segurança enfrentada pela fabricante de aeronaves em anos.
A companhia também comunicou a aposentadoria imediata de Stan Deal, chefe da divisão de aviões comerciais, que será substituído por Stephanie Pope, diretora de operações da empresa.
Ainda entre as mudanças, a Boeing também anunciou que o presidente do Conselho de Administração da companhia, Larry Kellner, não se candidatará à reeleição e deve sair do conselho.
A cadeira de Kellner no CA deve ser ocupada pelo ex-CEO da Qualcomm, Steve Mollenkopf, que deve liderar as buscas pelo substituto de Calhoun.
A reestruturação da gestão ocorre menos de três meses após uma porta um Boeing Max 9 se desprender durante um voo da Alaska Airlines, em 5 de janeiro.
O incidente mergulhou a empresa em crise, cinco anos após quedas, em 2018 e 2019, de aviões Max 8 que mataram quase 350 pessoas.
O incidente no Alasca renovou as dúvidas sobre a segurança dos aviões Max e o compromisso da Boeing com a qualidade.
A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos, que regula a fabricante de aviões, chegou a proibir voos com aeronaves similares em todo o país. Quando aprovou a retomada, impôs limites ao aumento de produção planejado pela Boeing para as aeronaves Max, frustrando a última tentativa da empresa de competir com a concorrente europeia Airbus.
As ações da empresa negociadas em Nova Iorque reagiram bem aos anúncios e avançavam mais de 3,5% no pré-mercado, cotadas acima de 195 dólares.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)