O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), decidiu nesta quarta-feira, 6, elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 10,75% ao ano para 11,25% ao ano. O aumento de 0,5 ponto percentual é a segunda alta consecutiva e a maior elevação desde maio de 2022, quando subiu 1 ponto.

Os nove integrantes do Copom, entre eles o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, decidiram por unanimidade. Esteve na reunião o próximo comandante do BC, Gabriel Galípolo.

Em nota, o BC justificou o aumento na taxa Selic em função “ambiente externo desafiador, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed [Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos]“.

Em relação ao cenário doméstico, a autarquia pediu uma “apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal“, o que já é uma pauta antiga do presidente Roberto Campos Neto.

Campos Neto quer “tirar o BC da cena política”

No mês passado, Roberto Campos Neto defendeu a autonomia do BC.

Ela afirmou, em encontro com investidores em Washington, nos Estados Unidos, o desejo dele tirar a autarquia “da cena política, do ruído político”. Campos Neto disse ainda sobre a importância de se ter uma reforma administrativa para reduzir a taxa de juros.

A missão, a partir do ano de 2025, fica à cargo de Gabriel Galípolo. O sucesso de Campos Neto promteu exercer a função mantendo o “princípio da autonomia”.

O que é a taxa de juros?

A taxa básica de juros da economia, conhecida como taxa Selic, é a taxa básica de juros da economia, que influencia outras taxas de juros do país, como taxas de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. A definição da taxa Selic é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação.

Leia mais: “Campos Neto defende ‘choque fiscal’ para redução de juros“