Banco Central compartilha meme pela responsabilidade fiscal
No meme compartilhado pelo Banco Central nesta terça, os personagens de Divertidamente 2 descobrem a "vontade de gastar sem poder"
O Banco Central compartilhou um meme em suas redes sociais em prol da responsabilidade fiscal nesta terça-feira, 25 de junho.
A postagem traz uma paródia de uma cena do recém lançado filme infantil Divertidamente 2.
Cada um dos personagens principais da trama representa um sentimento de uma jovem adolescente.
Na cena original, os personagens vindos do primeiro filme se deparam com uma nova figura, que representa a “ansiedade”.
No meme compartilhado pelo BC nesta terça, o personagem “Ansiedade” é substituído pela “vontade de gastar sem poder”.
O BC escreve na publicação que “manter as emoções sob controle ao fazer compras é essencial para evitar gastos impulsivos. Antes de comprar, pergunte-se se realmente precisa do item. Estabeleça um orçamento e siga-o rigorosamente. Planejar suas finanças permite identificar prioridades, economizar e evitar dívidas. Quer mais dicas sobre como tomar decisões financeiras mais seguras e eficazes?”.
Apesar de se referir a gastos pessoais, diversos internautas interpretaram o meme como uma alfinetada na irresponsabilidade fiscal do governo Lula.
“Tem que marcar o governo federal aqui, né?”, diz o comentário com mais curtidas, 338 ao todo.
O segundo mais curtido, com 167 curtidas, afirma: “Indireta para o governo né. Quem pegou o código?”.
E, o terceiro, com 67 curtidas: “Vão da (sic) 24h pra (sic) tirar do perfil”.
Lula acusa Tarcísio de interferir no BC
O presidente Lula (PT) acusou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de ter mais influência nas decisões do Banco Central do que ele, devido à proximidade demonstrada com Roberto Campos Neto em solenidade na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
“Sinceramente, tem mais do que eu”, disse Lula em entrevista à rádio CBN nesta terça-feira, 18.
“Como é que ele encontrou com o Tarcísio na festa? A festa foi do Tarcísio para ele. Foi uma homenagem que o governo de São Paulo fez para ele. Certamente, porque o governador de São Paulo está achando maravilhoso uma taxa de juros a 10,50%”, acrescentou.
“Então, quando ele se autolança (sic) a um cargo. Nós vamos repetir o Moro? O presidente do Banco Central está disposto a repetir o mesmo papel que o Moro fez? O paladino da Justiça, com rabo preso a compromissos políticos”, continuou.
“A quem esse rapaz é submetido?”
Lula ainda questionou a quem Roberto Campos Neto está submetido.
“A quem esse rapaz é submetido? Como é que ele vai a uma festa em São Paulo, quase que assumindo a candidatura a um cargo no governo de São Paulo?”
O petista voltou a atacar a capacidade de Roberto Campos Neto conduzir a autoridade monetária brasileira com autonomia.
“Um presidente do BC que não demonstra nenhuma capacidade de autonomia, que tem lado político, e que, na minha opinião, trabalha muito mais para prejudicar o país do que para ajudar o país. Não tem explicação a taxa de juros do jeito que está”, afirmou.
“Eu já lidei muito tempo com o Banco Central. O Meirelles era o meu presidente do Banco Central e eu duvido que esse Roberto Campos tenha mais autonomia do que tinha o Meirelles. Duvido”, acrescentou.
Nada é por acaso
A pressão de Lula sobre Roberto Campos Neto ocorre no dia em que o Comitê de Polícia Monetária (Copom) do Banco Central inicia o debate sobre o fim da redução da taxa básica de juros do Brasil.
Após sete cortes consecutivos, a manutenção dos juros em 10,50% ao ano é dada como certa pelo mercado financeiro.
Na reunião passada, os membros do Comitê decidiram pela redução no ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual para 0,25 ponto percentual, citando incertezas nos cenários econômicos externo e interno. A votação foi dividida, com o grupo de diretores indicados por Lula defendendo a manutenção do ritmo de cortes em 0,50 ponto percentual. O dissenso fez com que parte dos investidores passassem a temer uma composição mais leniente com a inflação para o Banco Central a partir do fim do ano, quando o petista terá indicado todos os membros da autoridade monetária.
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