“Até o momento, Lula tem dado respaldo”, diz Haddad sobre “austericídio fiscal”
Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o presidente Lula, até o momento, tem dado respaldo à atual política econômica e à meta de déficit zero para o ano de 2024...
Em entrevista ao programa Roda Viva da TV Cultura, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o presidente Lula, até o momento, tem dado respaldo à atual política econômica e à meta de déficit zero para o ano de 2024.
As declarações de Haddad, no entanto, não refletem manifestações públicas do próprio Lula e da executiva nacional do PT, que tem criticado essa meta fiscal estabelecida pelo ministro da Fazenda.
“O PT é um partido que tem várias maneiras de abordar os temas, inclusive os mais delicados. As divergências extrapolam a economia, há uma tradição dentro do partido. Eu sempre respeitei todas as tendências [do partido], mas há um presidente da República. A política econômica não é a política econômica de um ministro, do [Geraldo] Alckmin, da [Simone] Tebet, do [Aloizio] Mercadante… isso tudo vai para a mesa do presidente e ele vai entender se é o caso de manter (ou não) aquela política. Ele é o árbitro. Ele é o maestro”, disse Haddad, que complementou.
“Até aqui os problemas que nós temos levado à consideração dele, ele tem dado respaldo”, ressaltou Haddad.
Em dezembro do ano passado, houve um conflito público entre o ministro da Fazenda e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a condução da política fiscal no país.
Durante Conferência Eleitoral do PT, em Brasília, Haddad defendeu a meta de zerar o rombo das contas do governo em 2024. Já Gleisi pede um déficit de 1% ou 2% do PIB.
“As coisas não são automáticas. Nos oito anos de governo do presidente Lula, tivemos superávit primário de 2%. A economia cresceu 4%”, afirmou Haddad.
“Não é verdade que déficit faz crescer. Não existe essa correspondência. Não é assim que funciona. Depende.”
No debate, Gleisi afirmou que o governo Lula “tem uma política para mexer na economia, que é a política fiscal”.
“Eu sei que tem discussão da meta fiscal zero. Para mim, faria um déficit de 1%, 2% [do PIB]”, acrescentou.
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