Ata do FED afunda ativos, e Haddad piora ainda mais humor
Fala do ministro da Fazenda em audiência na Câmara dos Deputados sobre meta de inflação "exigentíssima" colocou mais pressão sobre ativos locais
O texto do FED (Federal Reserve) detalhando o debates do Fomc (Comitê Federal do Mercado Aberto, na sigla em inglês) mostrou que muitos membros do colegiado ainda estão inseguros quanto ao grau de restrição da economia americana e vários participantes chegaram a falar apertar ainda mais a política monetária nos Estados Unidos, o que pode significar juros mais altos.
O documento se refere à reunião do comitê no início de maio e mostrou que há um grupo dentro do colegiado que, embora minoritário, avalia se não há necessidade de uma política monetária ainda mais restritiva. A resposta do mercado foi imediata, e as taxas dos títulos públicos americanas subiram pouco mais de 4 pontos base para os vencimento entre dois e três anos.
Por aqui, as taxas futuras que haviam sido estressadas com a reclamação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a meta de inflação “exigentíssima” acentuaram as altas com o impulso externo. Os vencimentos acima de um ano subiram mais de 10 pontos base, com os prazos mais longos chegando a 14 pontos base de avanço sobre o fechamento do dia anterior.
O papéis para janeiro de 2026, agora precificam uma Selic próxima de 11,60% ao ano, com 110 pontos base de acréscimo na taxa básica de juros atual. O movimento praticamente sepultou as esperanças em um corte nos juros na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do mês que vem.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, encerrou o dia em queda de 1,38%, aos 125,7 mil pontos, com uma performance que acompanhou o mau humor das bolsas americanas. Por aqui, as principais contribuições para a queda ficaram por conta de Eletrobras (-3,49%); Itaú (-1,55%) e Vale (-0,79%). Na ponta positiva, Petrobras (+1,36% PN; +0,94% ON), Vivo (+1,79%) e Tim (+1,57%) amenizaram o tombo.
O dólar se valorizou contra as moedas emergentes com a perspectiva de juros mais altos nos Estados Unidos por mais tempo. A divisa americana subiu 0,56% na sessão para fechar as negociações próximo a 5,15 reais.
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