Ata do Copom acalma mercado e derruba juros
Documento ajudou a dissipar dúvidas sobre uma possível leniência do BC quando todos os membros da diretoria forem indicações de Lula
As taxas futuras de juros recuaram nesta terça-feira, 14, após o Banco Central explicar a divisão do colegiado na decisão mais recente sobre o ritmo de cortes da Selic. A esperada Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) parece ter alcançado êxito em acalmar e dissipar as dúvidas de parte do mercado sobre uma possível leniência da autoridade monetária a partir do ano que vem, quando a o presidente Lula terá indicado a totalidade dos membros.
De acordo com o documento, todos os diretores concordaram com o diagnóstico de piora no cenário econômico e sobre a necessidade de um postura mais cautelosa para o juros. “O comitê avalia que o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma taxa de juros mais elevada“, disse o texto. “Ao fim, concluiu-se unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionária“, prossegue o documento.
A discordância ficou por conta da importância de seguir ou não o guidance apresentado no encontro anterior. Para o grupo indicado por Lula, isso não teria relação com o comprometimento dos membros com o combate à inflação. “A extração da tendência subjacente da dinâmica inflacionária em um ambiente incerto é difícil, mas não deveria, de forma alguma, ser confundida com leniência com relação aos indicadores divulgados no período, em particular as expectativas de inflação“.
Além dos juros, o dólar também caiu contra o real na sessão. A moeda americana recuou 0,42% para encerrar o dia a 5,13 reais, acompanhando a melhora no humor do investidor local.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, encerrou o dia em alta de 0,28%, também impulsionado pelas bolsas de Nova Iorque, que se aproximam de novas máximas. As principais altas ficaram por conta de Hapvida (+10,42%), Embraer (+7,65%) e CPLF Energia (+3,00%). Do lado negativo, Natura Co. (-9,43%), IRB (-3,82%) e Petrobras (-2,74% ON; -1,80% PN) registraram as trêss maiores baixas do indicador.
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