Após enchentes, indústria gaúcha registra crescimento
Indústria do RS dá um grande salto em junho, recuperando-se das enchentes. Crescimento foi o maior entre 18 locais pesquisados pelo IBGE
A indústria do Rio Grande do Sul apresentou um crescimento expressivo de 34,9% na produção industrial em junho, conforme dados da Pesquisa Industrial Mensal Regional divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 8. Esse aumento representa a maior expansão já registrada na série histórica da pesquisa e reflete a recuperação das fábricas após as enchentes devastadoras de maio.
O desempenho do Rio Grande do Sul foi o mais significativo entre os 18 estados pesquisados pelo IBGE. Esse crescimento acentuado se deve, em grande parte, à baixa base de comparação de maio, quando a produção industrial sofreu uma queda de 26,3% devido às interrupções causadas pelas inundações. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), 63% das fábricas no estado enfrentaram paralisações parciais ou totais durante o período das chuvas.
Recuperação econômica da indústria
A recuperação da atividade industrial em junho teve um impacto estatístico considerável, compensando as perdas de maio e superando as expectativas dos analistas.
Bernardo Almeida, analista da pesquisa, destacou que a retomada das operações em diversas plantas industriais foi crucial para o resultado positivo. “Após um período de paralisação devido às fortes chuvas, a retomada das atividades em diversas fábricas foi determinante para o crescimento da indústria gaúcha em junho“, explicou Almeida.
Os setores que mais contribuíram para esse desempenho positivo incluem produtos químicos, derivados do petróleo, veículos automotores, máquinas e equipamentos, e metalurgia.
Com uma participação de 6,8% na indústria brasileira, o crescimento no Rio Grande do Sul teve um impacto significativo no desempenho nacional, que registrou uma expansão de 4,1% em junho em comparação a maio.
Comparação com nível pré-pandemia
Com os resultados recentes, a produção industrial do Rio Grande do Sul está 2,7% acima do nível pré-pandemia, similar ao comportamento da indústria nacional, que registrou um crescimento de 2,8% acima do patamar pré-pandemia. No entanto, no acumulado do ano, a produção industrial gaúcha ainda apresenta uma queda de 1%, e uma redução de 2,3% nos últimos 12 meses. A média nacional, por sua vez, cresceu 2,6% no ano e 1,5% nos últimos 12 meses.
Entre os estados, o Pará teve a segunda maior alta, com um crescimento de 9,7% em junho, impulsionado pelos setores extrativo e de metalurgia. São Paulo, que possui o maior parque industrial do país, registrou um aumento de 1,3% no período, sendo superado apenas pelo Rio Grande do Sul em termos de influência positiva.
“Os setores de alimentos, derivados do petróleo, veículos automotores e farmacêuticos foram os que mais contribuíram para o desempenho da indústria paulista“, observou Almeida. Com isso, a indústria de São Paulo está 3,6% acima do nível pré-pandemia.
No entanto, a Região Nordeste apresentou uma queda de 6%, com a Bahia e Pernambuco registrando reduções de 5,4% e 5,2%, respectivamente, sendo as mais significativas.
O IBGE realiza a apuração dos resultados regionais em 17 unidades da federação, cada uma com uma participação mínima de 0,5% na produção industrial nacional, além de avaliar o desempenho do Nordeste como um todo.
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