Anúncio de pagamento de dívidas da Evergrande acalma mercados globais; entenda o caso
O anúncio de que a Evergrande, gigante chinesa do setor imobiliário, honrará os compromissos de uma de suas subsidiárias trouxe alívio aos mercados asiático e global. A Hengda Real Estate Group, informou que pagará amanhã (23) 232 milhões de yuans, que equivalem a US$ 36 milhões, em juros de títulos de dívida com vencimento em setembro de 2025...
O anúncio de que a Evergrande, gigante chinesa do setor imobiliário, honrará os compromissos de uma de suas subsidiárias trouxe alívio aos mercados asiático e global.
A Hengda Real Estate Group informou que pagará amanhã (23) 232 milhões de yuans, que equivalem a US$ 36 milhões, em juros de títulos de dívida com vencimento em setembro de 2025.
Além disso, o Banco do Povo, o banco central da China, injetou US$ 18,5 bilhões no sistema financeiro, provendo liquidez para bancos e corretoras. Com isso, o índice Xangai Composto subiu 0,40%, a 3.628,49 pontos.
Outro motivo para reduzir as tensões são os boatos de que o governo chinês planeja socorrer a empresa, com o fatiamento da companhia e a estatização dos ativos saudáveis.
Na semana passada, a Evergrande informou aos credores que não pagaria os juros da dívida com vencimento na última segunda (20). Os débitos da gigante chinesa ultrapassam os US$ 300 bilhões.
Em 30 de junho, a empresa reportou 2 trilhões de yuans (US$ 310 bilhões) em dívidas com detentores de títulos, bancos, empreiteiros de construção e outros credores.
Desse total, 240 bilhões de yuans (US$ 37,3 bilhões) venceriam em um ano, quase o triplo dos 86,8 bilhões de yuans (US$ 13,5 bilhões) que a companhia teria em caixa.
Economistas e investidores acenderam o sinal de alerta e compararam essa crise com a de 2008. Em setembro daquele ano, o banco norte-americano Lehman Brothers anunciou falência, com o estouro da bolha das hipotecas no mercado financeiro dos Estados Unidos.
Isso provocou um efeito dominó de perdas em instituições financeiras em vários países e resultou na maior crise econômica do mundo.
No caso da gigante chinesa do setor imobiliário, um eventual calote bilionário pode afetar bancos, seguradoras, pessoas físicas, fornecedores, prestadores de serviço e grandes fundos globais.
Uma eventual quebra da empresa também derrubaria a cotação do minério de ferro, o que impactaria o Brasil, grande exportador do produto para o país asiático.
Apesar dos temores, a economista-chefe da OCDE, Laurence Boone, disse, em entrevista ao Valor Econômico, que o governo chinês tem como administrar o colapso financeiro da Evergrande.
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