Alexandre Silveira apela ao papa por transição energética
Em encontro, Silveira entregou carta aberta do Brasil pela promoção dos princípios para uma transição energética justa e inclusiva
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniu nesta sexta-feira, 3, com o papa Francisco, no Vaticano, quando entregou a “Carta aberta do Brasil pela promoção dos princípios para uma transição energética justa e inclusiva”.
Silveira, que também entregou uma correspondência do presidente Lula no mesmo sentido, defendeu que a preocupação e o posicionamento do pontífice frente aos desafios globais, como nos temas das mudanças climáticas e do aquecimento global, tem ajudado a despertar à atenção e a cobrar ações efetivas dos países, principalmente os desenvolvidos, no combate à pobreza energética e na construção de consensos em prol do bem comum.
“Compartilhamos da mesma preocupação que Vossa Santidade tem sobre o estado em que o planeta se encontra atualmente em relação ao aquecimento global, com claros sinais de que se nada for feito em tempo hábil, chegaremos ao ponto de não retorno, com graves consequências sociais, econômicas e ambientais”, destacou o ministro na carta.
No documento, Alexandre Silveira ressalta ainda que o Brasil reúne credenciais positivas para falar sobre transição energética. O país possui uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com quase 50% de fontes renováveis em sua composição. Também detém uma das matrizes elétricas mais renováveis do mundo, com cerca de 88% de renováveis.
Silveira destacou que o governo segue implementando novas políticas, que terão impactos positivos para a transição energética de setores produtivos de difícil abatimento, em conformidade com os avanços tecnológicos nessas áreas.
“Trabalhamos com afinco para implementar um conjunto de políticas públicas, com visão de longo prazo, que buscam utilizar os nossos recursos energéticos e minerais de forma sustentável e responsável, evitando cometer alguns dolorosos equívocos que nossa história recente infelizmente registrou. Ao mesmo tempo, estamos avançando em ações concretas para ampliar o acesso à eletricidade, em todos os rincões do nosso país, e muito nos orgulhamos de estarmos muito próximos de alcançar a marca de 100% das brasileiras e brasileiros com energia elétrica em suas casas”, ressaltou Silveira.
Transição energética obrigatória e social
Durante a audiência, o papa Francisco ressaltou ao ministro que a transição energética, além de ser justa e inclusiva, deve ser obrigatória.
“O Santo Padre disse que os governos devem pensar assim, o Estado necessário, o Estado que possa socorrer efetivamente as pessoas que mais necessitam, fazendo que a gente construa uma sociedade melhor”, afirmou o ministro.
Silveira ainda afirmou que o pontífice defendeu a transição energética como fonte de sustentabilidade e proteção contra os efeitos climáticos. Defendeu, ainda, o cumprimento do Acordo de Paris em 2030, para valorar as matrizes e os países que já contribuíram para ter matrizes tão eficientes como a do Brasil e outros países do Sul Global.
Desafios
Segundo o ministro, o Papa Francisco será um grande aliado na defesa do cumprimento das decisões colocadas diante do mundo sobre o que precisa ser feito durante a COP 28, em Dubai. O Brasil assumiu a liderança do G20, em dezembro de 2023, e será sede da COP 30 em 2025.
“Para alcançarmos nas metas indicadas na COP28, precisamos mobilizar 4,3 trilhões de dólares por ano até 2030 para avançarmos na transição energética global. Isso significa aumentar em seis vezes o que é praticado hoje. Além disso, precisamos garantir que os recursos para financiar a transição energética cheguem com maior intensidade nos países em desenvolvimento, que hoje registram apenas 15% dos volumes totais investidos”, disse.
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