A origem da picuinha entre Lula e RCN, segundo Haddad
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o mau humor de Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, começou no primeiro encontro entre os dois ainda em dezembro de 2022...
De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o mau humor de Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, começou no primeiro encontro entre os dois ainda em dezembro de 2022. Perguntado sobre o impacto das ameaças de aumentar a meta de inflação por Lula, Haddad defendeu o chefe, apontou para uma “divergência técnica” sobre o início dos cortes na Selic e tentou explicar a picuinha do petista.
“Assisti ao primeiro encontro (entre Lula e RCN), em dezembro de 2022, e não foi um bom encontro, mas não quero entrar em detalhes. Já o segundo foi muito bom. A relação institucional da Fazenda com o BC nunca teve problemas. E a do Planalto passou a não ter”, disse em entrevista a O Globo.
O ministro também tentou minimizar o fato de que a posição dos indicados por Lula ao Banco Central em nada foi diferente da do próprio Roberto Campos Neto em nenhuma das quatro reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) em que participaram.
“A transição foi atípica e delicada. E foi a primeira vez que um presidente do Banco Central foi indicado pelo governo anterior“, disse, para depois defender a redução do mandato para o presidente da autoridade monetária. “Diria que um ano do mandato presidencial seguinte pode funcionar melhor do que dois anos, porque as decisões de política monetária têm efeito até 18 meses à frente. E há risco de um presidente indicado pelo governo anterior interferir na gestão do seguinte”.
Haddad só esqueceu que o motivo de haver um mandato que se estenda pelos primeiros anos do mandato da Presidência da República é justamente evitar a interferência indevida na gestão da política de combate à inflação.
Além disso, o ministro também tenta esconder que o fato de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino e o desafeto do petista sempre estarem do mesmo lado nas decisões sobre o futuro da Selic pode indicar que a tal “divergência técnica” talvez não fosse tão técnica.
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