A economia não admite fantasias
Nesta semana, o governo divulgou outro déficit recorde nas contas públicas. Juntos, Tesouro, Banco Central e Previdência fecharam o primeiro trimestre com um rombo de R$ 18,3 bilhões – o maior da série histórica iniciada em 1997.O governo culpou o avanço de gastos além do esperado pelo resultado, mas há outro fator tão importante quanto este: a fantasia orçamentária...
Nesta semana, o governo divulgou outro déficit recorde nas contas públicas. Juntos, Tesouro, Banco Central e Previdência fecharam o primeiro trimestre com um rombo de R$ 18,3 bilhões – o maior da série histórica iniciada em 1997.
O governo culpou o avanço de gastos além do esperado pelo resultado, mas há outro fator tão importante quanto este: a fantasia orçamentária.
Ela é caracterizada pela mania do governo (qualquer governo) de superestimar as projeções de crescimento do PIB e, em decorrência, das receitas do governo. O resultado é a constrangedora necessidade de, periodicamente, rebaixar estimativas de receitas e elevar os cortes e contingenciamentos de verbas.
Veja dois delírios do governo Temer, ao montar o Orçamento de 2017, que explicam parte do rombo recorde deste trimestre:
PIB
Ao elaborar o Orçamento, o governo estimou que o PIB cresceria 1,6% neste ano, quando o mercado já enxergava, no máximo, 1,2%. Em março, diante da anêmica atividade econômica, Henrique Meirelles e companhia cortaram a estimativa para 0,5%. O número ainda é maior que o previsto pelo mercado: 0,43%.
Receitas
Ao esperar um PIB 1,6% maior neste ano, o governo projetou uma alta nominal de 10% nas receitas totais, que somariam R$ 1,41 trilhão. A realidade é que, no primeiro trimestre, as receitas tiveram um comportamento ambíguo: uma alta nominal de 1,7%, mas uma queda real (descontada a inflação) de 3,2%.
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