O Comentarista: A República dos Doleiros
Na realidade e na ficção, os doleiros estão de volta aos holofotes. A delação premiada de Henrique Constantino, um dos donos da Gol, confirmou seu relacionamento com Lúcio Funaro. E, no seriado O Mecanismo, um dos principais personagens é Roberto Ibrahim, fortemente inspirado em Alberto Youssef...
Na realidade e na ficção, os doleiros estão de volta aos holofotes. A delação premiada de Henrique Constantino, um dos donos da Gol, confirmou seu relacionamento com Lúcio Funaro. E, no seriado O Mecanismo, um dos principais personagens é Roberto Ibrahim, fortemente inspirado em Alberto Youssef.
Conhecer os nomes dos principais doleiros é tão importante para o cidadão quanto saber os nomes de ministros e senadores.
Relembre neste artigo o que O Antagonista já publicou a respeito de alguns dos principais doleiros da República.
Lúcio Funaro – o “ministro”
Lúcio Funaro foi a primeira pessoa a fazer delação premiada no mensalão, ainda em 2005. Sua empresa Guaranhuns repassou R$ 6,5 milhões a Valdemar Costa Neto, que renunciou na época para evitar a cassação. Mas Funaro, que já detinha uma fortuna de R$ 12 milhões naquele ano, não parou por aí.
Anos depois, foi o único preso da Operação Sépsis, em julho de 2016. A mesma operação fez buscas em endereços da família Constantino e na sede da Eldorado Celulose, do grupo J&F.
A Sépsis foi resultado da delação de Fábio Cleto, ex-vice-presidente da Caixa, indicado por Eduardo Cunha. O próprio Funaro, por sua vez, acabou fechando outra delação em agosto de 2017. Hoje cumpre prisão domiciliar.
Nessa delação, Funaro afirmou que Temer ficava com um percentual das propinas repassadas a Eduardo Cunha. Também contou ter repassado propina de 5 milhões de francos suíços do empresário Jacob Barata Filho a Eduardo Cunha e Jorge Picciani. Funaro disse ter certeza de que Temer sabia do esquema.
Segundo Constantino, Funaro cobrava propina como se estivesse comprando uma passagem de avião. E confirmava o recebimento assim: “Recebi os bilhetes tudo certo”.
Constantino pagou R$ 4 milhões em propina por meio de contratos fictícios a empresas de Funaro para ajudar a destravar R$ 300 milhões do FGTS para investir em uma rodovia de São Paulo concedida a uma de suas empresas, a Via Rondon.
Em janeiro, O Antagonista apurou que Funaro fechou acordo de delação com o Departamento de Justiça dos EUA. Autoridades americanas estão interessadas no que ele tem a dizer por causa da Delta Airlines, que comprou parte da Gol.
O codinome de Funaro em uma planilha de controle de propinas era “ministro”. Ele é sobrinho de Dilson Funaro, o ministro da Fazenda que lançou o Plano Cruzado em 1986, no governo Sarney.
A planilha consta do pedido de prisão de Sergio Reinas. Por falar nele…
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