Vaticano debate o papel das mulheres e desafios da poligamia
Participação feminina, pastoral para polígamos e guerras que ameaçam Igrejas estão entre os temas mais sensíveis
O Sínodo dos Bispos no Vaticano abordou questões cruciais para o futuro da Igreja, como o papel das mulheres, a poligamia e os desafios das Igrejas Orientais devastadas por guerras.
Durante a primeira Congregação Geral da Assembleia Sinodal, nesta quarta-feira, 2, foram apresentados os trabalhos dos dez grupos de estudo constituídos pelo Papa em fevereiro deste ano. Estes grupos têm como objetivo aprofundar, de forma teológica e canônica, temas relevantes para a Igreja, como a participação das mulheres, a pastoral para polígamos, e a presença digital no anúncio do Evangelho.
Entre os temas mais debatidos, está a hipótese de um diaconato feminino. Segundo o cardeal Victor Manuel Fernández, prefeito do Dicastério para a Doutrina da Fé, essa questão ainda não está madura para ser implementada.
Fernández destacou que “existem outros temas a serem explorados antes de se falar sobre o diaconato para algumas mulheres”. Ele também alertou que o diaconato não deve ser uma “consolação”, mas que a Igreja precisa criar mais espaços para a participação feminina.
Outro ponto sensível é a poligamia na África. O cardeal congolês Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa, apresentou um relatório sobre como lidar pastoralmente com pessoas em situação de poligamia, incluindo batizados que continuam com múltiplas esposas após a conversão ao cristianismo.
Segundo Ambongo, a Igreja Africana deve analisar o fenômeno em quatro pontos principais: as formas da poligamia, suas motivações, a doutrina e a necessidade de proximidade pastoral.
Além disso, o Sínodo também discutiu o impacto devastador das guerras nas Igrejas Orientais, principalmente nas regiões de conflito, como a Ucrânia. O cardeal Claudio Gugerotti, prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, alertou que essas Igrejas “correm o risco de desaparecer” devido à destruição e emigração forçada de seus fiéis.
Os resultados desses debates serão compilados em documentos que serão entregues ao Papa até 2025, quando as contribuições serão avaliadas.
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