USP ecoa narrativa anti-Israel em evento
Palestra online sobre "apartheid" e "ocupação" israelense levanta preocupações sobre antissemitismo na principal universidade do Brasil
Uma palestra programada para esta terça-feira, 28, às 18h, na USP, está gerando polêmica e acusações de antissemitismo. O evento, organizado pela Faculdade de Direito da USP, aborda o tema “Apartheid e a ocupação israelense de Territórios Palestinos” e será realizado de forma online.
Um dos palestrantes anunciados, Paulo Borba Casella, publicou artigo de opinião no site da faculdade de direito da USP: “Genocídio, crimes de guerra, tratamento desumano e degradante, e apartheid (usp.br)“. Nele, o autor diz que Israel “tem o direito de existir e se defender”, mas “excessos” em conflitos armados devem ser punidos. O texto segue ecoando narrativas de adversários de Israel.
Segundo a definição prática de antissemitismo da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto (IHRA), negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminação, por exemplo, afirmando que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista, configura antissemitismo. A definição da IHRA descreve o antissemitismo como “uma determinada percepção dos judeus, que se pode exprimir como ódio em relação aos judeus”.
As manifestações de antissemitismo, segundo a IHRA, podem incluir:
- Negar ao povo judeu o direito à autodeterminação, ao afirmar que a existência do Estado de Israel é um empreendimento racista.
- Aplicar uma dualidade de critérios, requerendo um comportamento de Israel que não se espera de qualquer outra nação democrática.
- Utilizar símbolos ou imagens associados ao antissemitismo clássico para caracterizar Israel ou os israelitas.
- Considerar todos os judeus coletivamente responsáveis por ações específicas do Estado de Israel.
A escolha do tema e a abordagem adotada na palestra suscitam preocupações. Eventos que retratam Israel como um estado “apartheid” não apenas distorcem a realidade complexa da região, mas também alimentam uma narrativa que deslegitima o único estado judeu e democrático do Oriente Médio. Israel é reconhecida como uma democracia que garante liberdades civis a todos os seus cidadãos, incluindo árabes.
Ao promover um evento que emprega terminologia tendenciosa, a USP corre o risco de contribuir para a disseminação de ideias antissemitas. É crucial que o debate acadêmico sobre o conflito seja equilibrado e evite perpetuar preconceitos e ódio.
Antissionismo é Antissemitismo
O antissionismo é, na verdade, uma forma de antissemitismo, pois nega aos judeus o direito de terem seu próprio estado, algo que não é questionado para qualquer outro grupo nacional no mundo. Enquanto críticas a políticas específicas de Israel são legítimas e fazem parte do debate democrático, negar a própria existência de Israel e o direito dos judeus à autodeterminação é uma posição discriminatória e parcial.
A ideia de que o sionismo é um movimento racista ignora fatos importantes: metade dos judeus de Israel não são brancos e qualquer pessoa, de qualquer raça ou etnia, pode se tornar judia. Além disso, 20% da população israelense é composta por cidadãos árabes que possuem os mesmos direitos dos cidadãos judeus.
A questão da presença israelense na Cisjordânia e em Gaza, desocupada unilateralmente por Israel em 2005, está ligada a preocupações de segurança após tentativas de destruição do estado judeu. A rejeição palestina de várias ofertas de paz desde 1947 mostra que o objetivo não é a criação de um estado palestino ao lado de Israel, mas a substituição de Israel por um estado palestino.
De todos os países do mundo, apenas Israel enfrenta uma campanha global que busca deslegitimar sua existência. Isso revela um viés claro contra o estado judeu, caracterizando o antissionismo como uma forma moderna de antissemitismo.
A realização do evento na USP sobre “Apartheid e a ocupação israelense de Territórios Palestinos” é um exemplo preocupante de como o antissemitismo pode se manifestar no discurso acadêmico.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)