Tio Barnabé: o “bem-estar”do barnabé
Já falei aqui do RH. Mas volto a ele com certa simpatia. O RH do serviço público tem uma área sensacional, normalmente habitada por barnabés que fizeram cursos de assistência social, psicologia e os simpatizantes da causa: a área que busca, a todo custo, o chamado “bem-estar” do barnabé...
Já falei aqui do RH. Mas volto a ele com certa simpatia. O RH do serviço público tem uma área sensacional, normalmente habitada por barnabés que fizeram cursos de assistência social, psicologia e os simpatizantes da causa: a área que busca, a todo custo, o chamado “bem-estar” do barnabé.
Explico. O barnabé com estabilidade assegurada pela lei, bons salários e pouco trabalho a ser realizado, normalmente está insatisfeito. Muitos estão visivelmente deprimidos. Alguns arrastam-se pela repartição como almas penadas, contando os dias para sua aposentadoria. Com o advento da geladeira e do micro-ondas no ambiente de trabalho (coisa de país rico, pois saibam vocês que isso não falta no serviço público e em todas as seções e departamentos). a coisa complicou um pouco mais ainda. Especialmente para a servidora barnabé. Enquanto o servidor barnabé discute o futebol e a política, a mulher barnabé, com a ajuda desses equipamentos em sua cozinha de trabalho, esfalfa-se com os risoles de catupiry, as coxinhas de frango e os enroladinhos de queijo.
As áreas de bem estar, especialmente dos Tribunais Superiores, entram nesse ponto da história. Para resolver o problema existencial das criaturas, criatividade não falta. Diligentes servidores do RH dão tratos à bola. Já vi de tudo. Massagem durante o expediente, coral, missa, cultos ecumênicos e até uma formidável “oficina de fuxico”. Na “oficina de fuxico”, ensina-se essa arte muito pitoresca, oriunda do nosso Nordeste. Quase sempre barnabés mulheres, a maior parte junta-se, durante o expediente, para realizar aquela “técnica artesanal que remonta há pelo menos 150 anos” (segundo a Wikipedia) com o aproveitamento de restos de tecido.
É apenas coincidência que nessas “oficinas” a vida alheia seja rigorosamente fiscalizada, processada e julgada com rara celeridade.
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