A Igreja Católica celebra nesta terça, 31, São Silvestre I, papa entre 314 e 335, figura central na consolidação da Igreja após séculos de perseguição.

A data também marca a realização da Corrida Internacional de São Silvestre, evento que atrai milhares de atletas e espectadores às ruas de São Paulo, simbolizando resistência e renovação no último dia do ano.

Filho de Rufino e Justa, São Silvestre foi eleito papa após a morte de Milcíades, ocupando o cargo por 21 anos. Seu papado coincidiu com a ascensão do imperador Constantino e a promulgação do Édito de Milão, em 313, que garantiu liberdade religiosa aos cristãos. Foi um período de transição: a Igreja deixou de ser perseguida e passou a ocupar posição de destaque na sociedade romana.

São Silvestre enviou representantes ao Primeiro Concílio de Niceia, realizado em 325, que condenou a heresia ariana e estabeleceu o Credo Niceno, uma declaração fundamental da fé cristã. Embora algumas lendas associem o papa diretamente às decisões conciliares, registros históricos indicam que ele atuou nos bastidores, alinhado com os bispos presentes.

Ele testemunhou e possivelmente apoiou a construção de basílicas históricas em Roma, como a Basílica de São Pedro, no Vaticano, e a de São João de Latrão, esta última construída no local onde Constantino doou sua residência imperial ao papa. Ele também é associado à liturgia romana e ao registro de mártires cristãos no primeiro martirológio da Igreja.

No Brasil, São Silvestre é lembrado de forma singular pela Corrida Internacional de São Silvestre, realizada desde 1925. Na 99ª edição, milhares de corredores de diferentes países participaram do percurso de 15 quilômetros, que atravessa ícones paulistanos como a Avenida Paulista e o Viaduto do Chá.

Originalmente idealizada pelo jornalista Cásper Líbero, a corrida começou como um evento noturno e rapidamente se tornou uma tradição, sendo realizada anualmente na manhã de 31 de dezembro. Mais do que uma prova esportiva, a São Silvestre simboliza superação, encerrando o ano com energia e espírito de renovação.

São Silvestre morreu em 31 de dezembro de 335 e foi sepultado na Catacumba de Priscila, em Roma. Ele foi o primeiro papa a não sofrer martírio, após uma sequência de 32 predecessores que perderam suas vidas pela fé. Sua memória perdura não apenas nas celebrações litúrgicas, mas também em eventos como a corrida paulistana, que ecoa os valores de perseverança e fé associados ao santo.

Neste último dia do ano, fiéis e atletas renovam sua gratidão e esperança, inspirados pela história de São Silvestre e pela energia contagiante da corrida que leva seu nome.