Papa Francisco faz alerta sobre IA no G7
Primeiro pontífice a discursar em uma reunião de cúpula do G7, Francisco alerta sobre os riscos da inteligência artificial
Nesta sexta-feira, 14, o Papa Francisco se tornará o primeiro pontífice a discursar em uma cúpula do G7, realizada este ano no sul da Itália. Conhecido por sua posição cética sobre o uso da inteligência artificial sem controle, o Papa pretende usar essa oportunidade para pedir maior regulação e uso ético dessa tecnologia revolucionária.
Francisco já havia expressado suas preocupações em mensagens anteriores, como em sua mensagem anual de paz, onde pediu um tratado internacional para garantir que a IA seja desenvolvida e usada com ética. Segundo o Papa, uma tecnologia que carece de valores humanos como compaixão, misericórdia, moralidade e perdão é perigosa e não deve ser desenvolvida sem controle.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, convidou o Papa Francisco, reconhecendo o impacto de sua autoridade moral em destacar a importância da paz e da justiça social em meio aos avanços tecnológicos. O Papa se junta assim a um coro de vozes globais que clamam por maior supervisão e regulamentação da IA, especialmente após o lançamento de sistemas de IA generativa.
John Kirton, cientista político da Universidade de Toronto e diretor do grupo de pesquisa G7, destacou em matéria da AP a importância dessa participação de um papa católico numa reunião dessa magnitude, comparando ao impacto de eventos anteriores, como a cúpula de Gleneagles em 2005, que resultou na anulação de dívidas de 40 bilhões de dólares de 18 dos países mais pobres do mundo.
Um chamado para a ética na IA
Durante seu discurso, o papa Francisco enfatizará a necessidade de garantir que a IA promova os direitos humanos fundamentais, a paz e a verdade, alertando sobre os perigos da desinformação, discriminação e distorção. A cúpula do G7 já tem se concentrado em temas de supervisão da IA, com o Japão, que presidiu a cúpula no ano passado, lançando um processo para desenvolver princípios e um código de conduta internacional para desenvolvedores de IA.
A União Europeia também está na vanguarda com seu Ato de IA, que deve entrar em vigor nos próximos dois anos e pode servir como um modelo global. Nos Estados Unidos, o presidente Joe Biden emitiu uma ordem executiva sobre salvaguardas para a IA e chamou o Congresso a legislar para fortalecer essas medidas.
Os líderes do G7, que têm liderado os debates sobre a supervisão da IA, já estão a par dessas preocupações. O Japão, por exemplo, lançou o processo de Hiroshima para criar princípios orientadores e um código de conduta para desenvolvedores de IA. O presidente dos EUA, Joe Biden, emitiu uma ordem executiva sobre salvaguardas da IA, e a União Europeia está implementando sua Lei de IA, que pode servir de modelo global.
Papa encontra líderes mundiais
Além do seu discurso sobre IA, o Papa Francisco terá uma agenda cheia de encontros bilaterais com líderes como o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e os líderes do Brasil, Índia, Quênia e Turquia. Ele também se reunirá com membros do G7, incluindo Joe Biden, o Primeiro-Ministro canadense Justin Trudeau e o Presidente francês Emmanuel Macron .
A participação do Papa Francisco na cúpula do G7 destaca a crescente preocupação global com o impacto da inteligência artificial na sociedade e a necessidade urgente de regulamentação ética para garantir que esta tecnologia seja desenvolvida e utilizada de forma responsável.
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