O intelectual sem voz
O último ensaio publicado pela Biblioteca Antagonista foi “Direita e Esquerda na Literatura”, de Alfonso Berardinelli (à venda aqui).Ele analisa o papel do intelectual na política.Para um país alegremente desprovido de intelectuais, como o Brasil, o debate pode parecer inútil, mas Alfonso Berardinelli trata exatamente disso: da inutilidade dos intelectuais...
O último ensaio publicado pela Biblioteca Antagonista foi “Direita e Esquerda na Literatura”, de Alfonso Berardinelli (à venda aqui).
Ele analisa o papel do intelectual na política.
Para um país alegremente desprovido de intelectuais, como o Brasil, o debate pode parecer inútil, mas Alfonso Berardinelli trata exatamente disso: da inutilidade dos intelectuais.
Por exemplo:
Os intelectuais não são um grupo, nem um partido da verdade: estão aqui e ali, não têm poder, e, se o procuram, colocam-se a serviço de quem os possui. Os intelectuais que querem usar uma declaração de filiação política como um megafone perdem o sentido da própria voz, perdem a dimensão daquilo que são: uma zona não muito central na geografia da sociedade.
E também:
Para tornar-se útil e eficaz no confronto político entre direita e esquerda, ou entre quem governa e quem é oposição, o escritor deve tornar-se outra coisa, uma coisa que não é. As formas propriamente literárias que se pode usar não são muitas: além do libelo, que exprime ódio e hoje em dia não está na moda, restam a sátira e a reportagem. Mas, atualmente, com essas formas estamos próximos do teatro e do jornalismo: duas linguagens que atingem realmente o grande público somente quando usam como veículo de comunicação a televisão.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)