Nobel de Literatura para Handke escandaliza Kosovo, Bósnia e Albânia
O presidente do Kosovo, Hashim Thaçy, e autoridades da Albânia e da Bósnia ficaram indignados com o fato de o escritor austríaco Peter Handke ter sido agraciado com o prêmio Nobel de Literatura. Handke é considerado um negacionista do genocídio...
O presidente do Kosovo, Hashim Thaçy, e autoridades da Albânia e da Bósnia ficaram indignados com o fato de o escritor austríaco Peter Handke ter sido agraciado com o prêmio Nobel de Literatura. Handke é considerado um negacionista do genocídio perpetrado pela Sérvia de Slobodan Milosevic durante a guerra na ex-Iugoslávia, nos anos 90.
Thaçy escreveu no Twitter:
“O genocídio na Bósnia e no Kosovo teve um autor. Handke escolheu apoiar e defendeu os autores. A decisão do prêmio Nobel trouxe imenso sofrimento a inúmeras vítimas.”
O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, escreveu:
“Eu jamais pensei que teria vontade de vomitar por causa de um prêmio Nobel.”
O líder bósnio Sefik Dzaferovic afirmou que a escolha de Hanke era “escandalosa e vergonhosa”.
Em 1996, um ano depois do fim do conflito nos Balcãs, Handke publicou um manifesto intitulado “Justiça para a Sérvia”. Três anos mais tarde, o escritor condenou os bombardeios que forçaram a retirar as tropas sérvias do Kosovo. Como se não bastasse, em 2006, ele compareceu ao funeral de Milosevic, que morreu na prisão, acusado de crimes de guerra e contra a humanidade. Ele disse, na ocasião, que questionava a culpa do líder sérvio.
Os sérvios, é claro, gostaram que o Nobel de 2019 tenha sido conferido a Handke. O de 2018, anunciado hoje também, foi dado à polonesa Olga Tokarczuk. Um escândalo de estupro na Academia Sueca adiou a escolha do vencedor do ano passado.
O mundo da literatura nunca este tão agitado.
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