Josias Teófilo na Crusoé: O cinema a reboque das séries
Toda a linguagem audiovisual tem sua origem no cinema. A televisão, as séries, até vídeos para o YouTube, tudo veio...
Toda a linguagem audiovisual tem sua origem no cinema. A televisão, as séries, até vídeos para o YouTube, tudo veio, de uma forma ou de outra, do pioneirismo dos irmãos Lumière, que pela primeira vez conseguiram realizar um registro mecânico da passagem do tempo.
É natural que o cinema dite a moda na linguagem audiovisual. Sopranos, uma das grandes séries já feitas é, por exemplo, uma síntese de filmes de gângster feitos nas décadas anteriores, especialmente Os Bons Companheiros, filme de 1990 feito por Martim Scorsese – até a seleção de elenco tentou reproduzir o máximo possível este filme.
Recentemente Stranger Things fez algo semelhante com filmes de terror dos anos 1980: juntou elementos de vários desses filmes num produto original. E o resultado é até interessante, se bem que só a primeira temporada é realmente boa.
As séries Breaking Bad e Mad Men usam elementos estéticos de filmes, especificamente do film noir – um dos gêneros mais prestigiados do cinema, não obstante trazerem essas referências para o colorido (os film noir são em branco e preto).
Só que recentemente a coisa se inverteu: as séries têm tomado a dianteira. Notam-se elementos estéticos utilizados em séries sendo reproduzidos exaustivamente em filmes. Já falei aqui a influência que The Crown teve no cinema: filtro acinzentado, o uso recorrente de contraluz e planos simétricos, que dividem a tela ao meio, como num espelho.
Ou será que a série teve como referência algum filme? Pode ser. É difícil precisar a origem de elementos estéticos, saber quem influenciou quem. Uma coisa é certa, porém: as séries são o que atualmente “todo mundo vê”. Muita gente viu Napoleão, Barbie ou Oppenheimer, mas muito mais gente viu Succession, The Crown, Stranger Things, Breaking Bad.
As séries são mais acessíveis – você assiste de casa em…
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