Irã intensifica imposição do hijab com estupros e prisões
Um dos casos mais chocantes envolveu a jornalista Dina Ghalibaf, que disse ter sido violentada sexualmente por oficiais da "Polícia da Moralidade"
O Irã retomou com intensidade a repressão às mulheres que não usam hijab em várias cidades, resultando em prisões violentas e ações agressivas por parte da “Polícia da Moralidade”.
Esta força, conhecida localmente como “Gašt-e Eršâd” em persa, é encarregada de garantir a observância das leis islâmicas, incluindo o cumprimento do código de vestimenta que exige que mulheres usem hijab, um véu que cobre o cabelo e o pescoço.
A recente intensificação ocorre após a implementação do “Projeto Nour” pelo regime, que visa a correção de “anomalias” comportamentais. Este projeto resultou em uma presença ostensiva da Polícia da Moralidade, que, desde o último fim de semana, tem realizado prisões extensas, acompanhadas de agressões físicas, uso de armas de choque, violência sexual e vandalismo.
O agravamento da fiscalização do hijab ocorreu logo após declarações do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, que destacou a importância vital do uso da vestimenta e acusou influências estrangeiras de persuadir as mulheres iranianas a abandonar o véu.
Um dos casos mais chocantes envolveu a estudante e jornalista Dina Ghalibaf, que relatou ter sido detida e violentada sexualmente por oficiais da Polícia da Moralidade. Ghalibaf foi presa e agredida enquanto tentava acessar o metrô e, posteriormente, foi levada de sua casa para um local desconhecido.
Além de Ghalibaf, vídeos e relatos em redes sociais têm documentado mulheres lutando enquanto são forçadas a entrar em vans pela Polícia da Moralidade. O incidente mais notório mostra uma mulher sendo agarrada e arrastada para dentro de uma van.
O jornalismo e ativismo local têm sido vozes fundamentais neste período. A jornalista iraniana Masih Alinejad tem utilizado plataformas como o X para denunciar a violência, chamando a comunidade internacional a se opor a essa “guerra silenciosa contra as mulheres iranianas”.
A aplicação das leis de hijab no Irã tem se intensificado progressivamente desde os protestos nacionais desencadeados pela morte de Mahsa Amini em setembro do ano passado, que morreu após ser detida pela Polícia da Moralidade.
Apesar da proposta de lei que aumentaria as penalidades por não usar o hijab estar parada no “Conselho Guardião”, novas medidas incluem câmeras de vigilância e agentes à paisana, conhecidos como “hijabban”, que monitoram estações de metrô e outros espaços públicos para garantir a conformidade com a lei.
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