Historiadora critica uso político de Jesus como “palestino”
Especialista americana argumentou no Washington Post contra narrativa que distorce contexto histórico de Cristo
Uma polêmica emergiu recentemente nos Estados Unidos, com declarações de figuras públicas e políticos de esquerda retratando Jesus Cristo como um “judeu palestino” em contexto de “ocupação”, gerando críticas.
Paula Fredriksen, historiadora e professora emérita de escritura na Universidade de Boston, em artigo de opinião para o Washington Post, desafiou essa narrativa, defendendo a importância de manter a contextualização histórica e cultural correta de Jesus, enfatizando sua identidade judaica e criticando a instrumentalização política de sua figura.
Durante a semana da Páscoa, Fredriksen instou a que não distorçam a figura de Jesus, especialmente em referência a declarações que, durante a Páscoa e o Natal, compararam Jesus a um “judeu palestino” vivendo sob “ocupação”.
Essas alegações foram vistas por Fredriksen e outros críticos como uma tentativa de descontextualizar Jesus de seu verdadeiro histórico religioso para fins políticos contemporâneos, particularmente em relação ao conflito em Gaza.
As afirmações mais contundentes vieram da deputada da extrema-esquerda americana Alexandria Ocasio-Cortez, que no Natal fez paralelos entre a situação de Jesus e os palestinos modernos, algo que Fredriksen rebateu apontando a administração palestina de Belém desde 1995 e a diminuição da população cristã na área. A historiadora também criticou tentativas de redefinir Jesus como palestino para atacar Israel, classificando tais esforços como historicamente falsos e divisivos.
A manipulação da identidade de Jesus, segundo Fredriksen, não apenas distorce fatos históricos, mas também reacende antigos preconceitos contra os judeus, usando a figura de Jesus contra seu próprio povo e cultura.
A professora enfatizou que essas narrativas contribuem para a apropriação cultural e política, deslocando judeus de sua terra ancestral, tanto no primeiro século quanto na atualidade, em uma retórica que ela descreve como uma mentira mascarada de história.
Casa Branca celebra “Dia da Visibilidade Trans” na Páscoa e enfrenta críticas
A decisão da Casa Branca de proclamar o Dia da Visibilidade Transgênero neste 31 de março, domingo de Páscoa, desencadeou uma onda de críticas por parte de conservadores e outros setores da sociedade americana.
Segundo a Fox News, o anúncio gerou reações adversas nas redes sociais, acusando o presidente Joe Biden de atacar o cristianismo ao sobrepor uma data importante para a comunidade LGBTQ+ a uma das mais sagradas celebrações cristãs.
Além das críticas sobre a proclamação, observadores destacaram a celebração pela Casa Branca de pelo menos outras sete datas comemorativas relacionadas às questões LGBTQ+, incluindo o “Dia Nacional de Sair do Armário” em outubro e o “Dia da Memória Transgênera” em novembro.
O presidente Biden, que se identifica como católico, publicou uma mensagem no domingo de Páscoa celebrando a ressurreição de Jesus, numa tentativa de equilibrar as mensagens e abordagens da administração às diversas comunidades.
Em um comunicado, a Casa Branca exaltou a coragem e as contribuições dos americanos transgêneros, reafirmando o compromisso da nação com a igualdade e o tratamento igualitário. “Hoje, enviamos uma mensagem a todos os americanos transgêneros: vocês são amados, ouvidos, compreendidos. Vocês pertencem. Vocês são a América, e minha administração inteira e eu apoiamos vocês”, declarou o comunicado.
O presidente americano Joe Biden disse, no X:
“No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos a alegria, a força e a coragem absoluta de algumas das pessoas mais corajosas que conheço. Hoje, mostramos a milhões de americanos transexuais e não binários que os vemos, que pertencem e que devem ser tratados com dignidade e respeito.”
A vice-presidente Kamala Harris também expressou seu apoio em um tweet: “No Dia da Visibilidade Transgênero, celebramos os americanos transgêneros e não-binários. Sua coragem deu a inúmeros outros força, mas ninguém deveria precisar ser corajoso apenas para ser quem é. Nós vemos vocês. Nós apoiamos vocês. Não vamos parar de lutar por vocês.”
A escolha da data provocou o repúdio de setores que viram na ação um ataque direto ao cristianismo. O Dia Internacional da Visibilidade Transgênero, criado por ativistas há mais de dez anos e celebrado anualmente em 31 de março, não é uma data flutuante como a Páscoa.
A campanha de Trump pediu que Biden pedisse desculpas pela proclamação. “Pedimos à falida campanha de Joe Biden e à Casa Branca que emitam um pedido de desculpas aos milhões de católicos e cristãos em toda a América que acreditam que amanhã é apenas para uma celebração – a ressurreição de Jesus Cristo”, afirmou Karoline Leavitt.
A Casa Branca, através do porta-voz Andrew Bates, defendeu a inclusão e a união, criticando políticos que, segundo ele, buscam dividir e enfraquecer o país com retórica cruel, odiosa e desonesta. Bates reiterou que o presidente Biden nunca utilizaria sua fé para fins políticos.
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