Biblioteca Antagonista II: “Contra Sainte-Beuve”, de Marcel Proust
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Marcel Proust, “Contra Sainte-Beuve”.
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A cada dia, atribuo menos valor à inteligência. A cada dia, percebo melhor que só fora dela o escritor consegue captar algo de nossas impressões passadas, ou seja, atingir algo em si mesmo, e a única matéria da arte. O que a inteligência nos apresenta sob o nome de passado, não o é. Em realidade, como ocorre com as almas dos mortos em certas lendas populares, cada hora de nossa vida, assim que finda, encarna-se e esconde-se nalgum objeto material. E lá permanece cativa, para sempre cativa, a menos que descubramos o objeto.
Ao lado desse passado, essência íntima de nós mesmos, as verdades da inteligência parecem bem pouco reais. Por isso, sobretudo a partir do momento em que nossas forças decrescem, é na direção de tudo que pode ajudar-nos a reencontrá-lo que nos encaminhamos, mesmo que pouco compreendidos pelas pessoas inteligentes que não sabem que o artista vive só, que o valor absoluto das coisas que ele vê não importa para ele, que a escala de valores não pode ser encontrada fora dele.
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