Agamenon: o lado negro da mancha
Ao contrário do que acredita o "filhósofo" Nãolavo Meu Carvalho, a Terra não é plana. É chata. E mais chata ainda é a política brasileira, uma mistura de picaretas, corruptos, pilantras e maus caracteres, não necessariamente nesta desordem. É verdade que no meio dessa turma tem muita gente que não presta, mas felizmente é uma minoria de 99,99%, mais ou menos...
Ao contrário do que acredita o “filhósofo” Nãolavo Meu Carvalho, a Terra não é plana. É chata. E mais chata ainda é a política brasileira, uma mistura de picaretas, corruptos, pilantras e maus caracteres, não necessariamente nesta desordem. É verdade que no meio dessa turma tem muita gente que não presta, mas felizmente é uma minoria de 99,99%, mais ou menos.
Na ingenuidade da minha distante juventude, idealista que fui, acreditava que poderia ganhar a vida extorquindo dinheiro de políticos, empreiteiros, advogados, procuradores e juízes de todos os matizes ideológicos. Foi um equívoco. Infelizmente, com um século de atraso, descobri que os homens públicos, muitos eleitos pelo povo, é que exploram os jornalistas, mesmo que eles sejam uns picaretas isentos e imparciais como eu.
Mas chega de política. Vamos falar de ecocôlogia, mesmo porque o Brasil é uma bosta. Como todos sabem, o litoral do Nordeste foi atingido por um vazamento, e não foi do IntercePT. O brasileiro, povo inocente, achava que toda a sujeira já tinha aparecido com o Petrolão. Qual nada, toneladas de óleo cru inundaram as praias nordestinas. O prejuízo é incalculável. Milhares de turistas sexuais já cancelaram as suas reservas, pois preferem “trocar o óleo” em praias menos poluídas. Alvas gaivotas que, coitadas, mergulham no mar em busca de um peixe saem da água parecendo um urubu. É impressionante a urucubaca desse governo Boçalnaro. Por menos que o governo faça, cada vez mais o país fica mais sujo.
A direita radical garante que a culpa é da Venezuela, que, num ato de terrorismo petrolífero, derramou uma quantidade gigantesca de petróleo na costa brasileira, poluindo o mar e vários animais que estão em vias de extinção, como eu, por exemplo.
Para salvar as tartarugas da sujeira petrolífera, biólogos estão tendo que apelar para a Lava Jato, contratando advogados caríssimos para remover o óleo incrustado nos quelônios casca grossa. As tartarugas, animais que vivem mais de 100 anos, estavam só esperando a reforma da Previdência ser aprovada pelo Senado para voltar ao Oceano Atlântico. Agora já era, vão ter que esperar mais 200 anos para despoluir as praias e dar entrada na aposentadoria.
Nem mesmo a Isaura, minha patroa, sempre dedicada à minha pessoa, consegue remover o cascão que incrustou na minha pele encanecida. Mesmo porque a água foi cortada aqui em casa por falta de pagamento.
Não só a água, mas também a luz. Graças a uns milicianos, consegui fazer um “gato” e não estou vivendo no escuro, na Terceira Idade das Trevas. O gás, eu continuo me autofornecendo regularmente, pelo menos isso.
A única coisa que me faz sobreviver (além da quentinha da Isaura, minha patroa) é a fé na irmã Dulce. A primeira santa brasileira. Fiz uma promessa para a irmã Dulce para me mudar para Portugal ou Miami. Qualquer coisa serve. A santinha me avisou que vai fazer um milagre assim que abrir uma vaga.
Agamenon Mendes Pedreira é jornalista seminovo
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