Neste domingo, 30, o papa Francisco, durante a oração do Angelus na Praça São Pedro, enfatizou a importância do acolhimento sem rótulos e preconceitos. Refletindo sobre dois milagres relatados no Evangelho do dia, Francisco destacou que ambos ocorreram por meio do contato físico de Jesus com mulheres consideradas impuras segundo as concepções da época.

O papa mencionou a cura da mulher que sofria de hemorragia e foi curada ao tocar no manto de Jesus, e a ressurreição da filha de Jairo, que foi levantada por Jesus após sua morte. Francisco destacou a importância do toque nestes milagres: “Deus não faz essa separação, porque todos somos seus filhos, e a impureza não vem da comida, da doença ou mesmo da morte, mas a impureza vem de um coração impuro”.

Francisco reforçou a necessidade de uma Igreja e uma sociedade que não excluam ninguém, acolhendo e amando a todos sem rótulos ou preconceitos: “Deus não mantém distância diante do sofrimento do corpo e do espírito, das feridas da alma, das situações que nos esmagam e até mesmo diante do pecado. Ele não se envergonha de nós, não nos julga; ao contrário, Ele se aproxima para se deixar tocar e para nos tocar, e sempre nos levanta da morte”.

O pontífice fez um apelo para que os fiéis reflitam se acreditam na imagem de um Deus que nos toma pela mão e nos levanta, e se estão dispostos a oferecer a mão ao próximo ou preferem manter distância: “irmãos e irmãs, olhemos para o coração de Deus, precisamos que a Igreja e a sociedade não excluam ninguém, que não tratem ninguém como ‘impuro’, para que todos, com as próprias histórias, sejam acolhidos e amados sem rótulos, sem preconceitos, sejam amados sem adjetivos”.

O Que é o Angelus?

O Angelus é uma oração que deve ser recitada pelos católicos três vezes ao dia – ao amanhecer, ao meio-dia e ao anoitecer – para comemorar a Encarnação de Cristo.

A prática envolve a recitação de três versículos bíblicos intercalados com três Ave-Marias, seguidos de uma oração final. No Vaticano, o papa Francisco conduz a oração do Angelus todos os domingos, oferecendo uma reflexão sobre o Evangelho e questões contemporâneas.

Os Milagres e a Inclusão

O primeiro milagre citado, a cura da mulher que sofria de hemorragia, ilustra a fé e a determinação de alguém marginalizado pela sociedade. Ao tocar no manto de Jesus, ela demonstrou sua crença no poder curativo de Cristo, que a acolheu sem julgamentos. O segundo milagre, a ressurreição da filha de Jairo, enfatiza a compaixão de Jesus e sua capacidade de trazer vida e esperança onde há desespero.