A democracia não está em vertigem, mas Caetano Veloso quer fazer os gringos de tontos
Como era previsível, está circulando muito o vídeo que Caetano Veloso fez, em inglês, para cabalar votos no Oscar para o filme de propaganda petista "Democracia em Vertigem", de Petra Costa, herdeira da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras amigas de Lula. Curiosamente, o filme concorre na categoria de melhor documentário, apesar de vender a mentira ultrajante de que o impeachment de Dilma Rousseff foi resultado de um golpe...
Como era previsível, está circulando muito o vídeo que Caetano Veloso fez, em inglês, para cabalar votos no Oscar para o filme de propaganda petista “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, herdeira da Andrade Gutierrez, uma das empreiteiras amigas de Lula. Curiosamente, o filme concorre na categoria de melhor documentário, apesar de vender a mentira ultrajante de que o impeachment de Dilma Rousseff foi resultado de um golpe e que Lula foi condenado injustamente por um juiz em conluio com o candidato vencedor da eleição em 2018.
No vídeo, Caetano Veloso diz:
“Eu nunca achei que na minha vida veria tanto retrocesso. Passei minha juventude lutando contra a censura no meu país e contra uma ditadura militar brutal, que me colocou na cadeia e matou e torturou muitas pessoas. Inacreditavelmente, agora vivo em outra situação dentro de uma democracia, na qual o fascismo mostra suas garras. O governo brasileiro não está só travando uma guerra contra as artes e seus criadores, mas contra a Amazônia e os direitos humanos no geral. Para que isso seja compreendido, eu gostaria de chamar sua atenção para um lindo filme cinematográfico de uma jovem brasileira, Petra Costa, que acaba de ser indicado para o Oscar, ‘Democracia em Vertigem’.”
A desonestidade intelectual de Caetano Veloso não tem mesmo limites. O próprio fato de ele fazer o vídeo e divulgá-lo — e não ser censurado, intimidado ou preso por isso — mostra que o fascismo não mostra, não, as suas garras. O que há no Brasil é democracia plena. Tão plena que, ora vejam só, até mentiras e omissões como as dele e de Petra Costa podem ser divulgadas livremente.
A realidade é que a democracia esteve em vertigem enquanto Lula e Dilma foram inquilinos no Planalto. Nem precisa fazer documentário, basta repetir o parágrafo de um artigo que escrevi para a Crusoé, em agosto do ano passado:
“No poder, Lula e seus seguidores tentaram criar um Conselho Federal de Jornalismo, para amordaçar a imprensa. Quiseram expulsar o americano Larry Rohter do Brasil, porque o correspondente do jornal The New York Times fez uma reportagem sobre o alto consumo etílico do petista. Tiraram da editora Abril publicidade de estatais, por causa da cobertura da Veja dos escândalos petistas. Instituíram o mensalão, esquema para comprar votos da base aliada com dinheiro público. Forjaram um dossiê contra José Serra, pago com dinheiro da Odebrecht (o nosso dinheiro, quer dizer). Financiaram, com recursos públicos, blogs sujos para manchar a reputação de jornalistas críticos ao governo. Aparelharam a máquina federal de alto a baixo. Criaram um Conselho Nacional de Justiça para tentar controlar magistrados independentes. Cumpliciados com as maiores empreiteiras do país, dilapidaram a Petrobras, para enriquecer pessoalmente e promover campanhas políticas com montanhas de dinheiro roubado, um claro atentado ao âmago da democracia representativa. Aliaram-se ao venezuelano Hugo Chávez e ao cubano Fidel Castro, além de outros tiranetes latino-americanos, para minar liberdades fundamentais e tentar perpetuar-se no poder. Ao final, Dilma Rousseff — criatura de Lula — destruiu a economia, botou milhões de brasileiros na fila do desemprego e promoveu uma enorme fraude fiscal para maquiar as contas do governo, contrariando a lei e cometendo o crime de responsabilidade que a levou ao impeachment.”
A democracia não está em vertigem no Brasil, mas Caetano, Petra e sua turma tentam fazer os gringos de tontos. Não é improvável que consigam. Mas não conseguirão minar a democracia vigente no Brasil. Prêmio é prêmio, jogo é jogo.
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