O ministro sumido
Uma ausência chama a atenção nos recentes debates sobre turismo ambiental: a do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Ele foi convidado a integrar a comitiva de Ricardo Salles a Noronha, mas mandou um representante. O Comentarista destaca como a discussão sobre turismo ambiental é duopolizada por Salles e Bolsonaro, enquanto Marcelo Álvaro fala pouco - ou quase nada...
Uma ausência chama a atenção nos recentes debates sobre turismo ambiental: a do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio.
Ele foi convidado a integrar a comitiva de Ricardo Salles a Noronha, mas mandou um representante. O Comentarista destaca como a discussão sobre turismo ambiental é duopolizada por Salles e Bolsonaro, enquanto Marcelo Álvaro fala pouco – ou quase nada.
Neste mês, Bolsonaro chamou de “roubo” a taxa que o governo federal cobra dos turistas que visitam Fernando de Noronha. No Facebook, afirmou que ela explica “porque quase inexiste turismo no Brasil”.
Não foi um bom exemplo. Noronha recebeu mais de 103 000 visitantes em 2018, um recorde. Praticamente todos – mais de 100 000 – visitaram o Parque Nacional Marinho. Ou seja, pagaram a taxa federal de R$ 106.
O plano de manejo mais recente para o arquipélago, publicado em 2017, prevê limite de 90 000 turistas por ano com pernoite em terra. O arquipélago opera acima da capacidade.
Pacotes turísticos para Noronha podem ser encontrados por preços que vão de R$ 1,4 mil (três diárias, saindo de Natal) a R$ 4,2 mil (seis diárias, saindo de São Paulo). A taxa do parque representa uma pequena fração de uma viagem assim.
Salles convidou o ministro do Turismo para integrar a comitiva, mas Marcelo Álvaro não foi. Designou o secretário de Desenvolvimento e Competitividade do ministério, Aluizer Malab, para a missão. A revisão de taxas e regras nesse caso, é verdade, está a cargo do ICMBio, ligado à pasta do Meio Ambiente.
Na área do parque de Tamoios são proibidas a pesca, o mergulho, a navegação de embarcações e a construção de qualquer tipo de estrutura, como forma de preservar o ecossistema. Foi por pescar nesse lugar, em 2012, que Bolsonaro foi multado pelo Ibama. A multa foi anulada em dezembro de 2018.
Marcelo Álvaro Antônio também não se pronunciou sobre Angra. Procurado por O Comentarista, informou por meio de sua assessoria que, “conforme abordado pelo presidente Jair Bolsonaro, a ideia é fazer do local um dos maiores polos turísticos do Brasil”.
Quando eu estava na faculdade, o aluno que só ia à aula de vez em quando era chamado de “turista”.
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