“O Estado não cabe no PIB”
Passado o primeiro turno da reforma da Previdência, o economista Paulo Tafner fala sobre os desafios ainda a serem vencidos pela econômica brasileira...
Passado o primeiro turno da reforma da Previdência, o economista Paulo Tafner fala sobre os desafios ainda a serem vencidos pela econômica brasileira.
Vencido o primeiro turno na Câmara Federal, os entusiastas da reforma da Previdência vibraram como se o pior já tivesse passado. Mas a segunda etapa ficou para agosto, um mês historicamente complicado para a política nacional.
Reconhecendo que o mais difícil foi vencido com uma vitória ampla de 379 votos, Paulo Tafner entende que a pauta demanda cuidado. “É necessário mobilizar a tropa para que não haja faltas e abstenções que possam vir a comprometer a votação do segundo turno“, disse o economista.
O alerta serve às lideranças partidárias e Paulo Guedes. Mas principalmente a Rogério Marinho, secretário Especial de Previdência do Brasil – o nome mais aplaudido do discurso de agradecimento de Rodrigo Maia.
O presidente da Câmara anda tão empenhado no passo seguinte que já declarou não ser possível atender o TSE, que pedira a aprovação do voto distrital misto para as eleições de 2020. Há uma reforma tributária no meio do caminho. Ou duas. Tafner entende que, entre a do Executivo e a do Legislativo, há um projeto com tramitação mais adiantada, o que facilita a implementação. Mas ambos podem se somar.
Apesar de as reformas previdenciária e tributária representarem grandes passos para o parlamento, são apenas os dois primeiros da recuperação econômica brasileira. O país está há 6 anos sem conseguir crescer acima dos dois pontos percentuais. O pesquisador da Fipe, contudo, acredita que o clima está favorável para o Brasil superar a barreira com folga.
Mas o resultado só há de vir de um programa ainda mais audacioso da equipe econômica de Paulo Guedes. Como agenda, Tafner sugere um plano de privatizações, de simplificação burocrática e uma reforma do Estado como um todo.
O Estado é muito caro. O Estado não cabe no PIB. Isso pressiona permanentemente pelo aumento de arrecadação, portanto, pelo aumento da carga tributária. O Brasil demorou muito tempo para fazer pequenas reformas e ajustar a economia a um período de muita competitividade e excesso de oferta no mundo. É necessário essa agenda ampla.
Paulo Tafner, economista e pesquisador da Fipe
Tafner acredita que um ambicioso programa voluntário de redução de tarifas seria bem-vindo. Se possível, com metas e calendários definidos, em benefício de uma abertura econômica. “Isso sinaliza bem para os investidores e cria um ambiente de negócios mais favorável no Brasil“, conclui o economista.
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