Deus vult
Por não possuir falantes nativos, o latim é hoje considerada uma língua morta. Mas está cada dia mais viva.
Por não possuir falantes nativos, o latim é hoje considerada uma língua morta. Na política, porém, tem gente querendo ressuscitá-la.
O Comentarista explica melhor esse fenômeno com exclusividade aos assinantes de O Antagonista+.
Confira um trecho:
Península é uma porção de terra cercada de água por quase todos os lados. A Península Itálica, todos conhecem, é a região da Europa que possui o formato de uma bota. Chama-se Lácio o trecho central da tal “bota”, onde fundaram Roma. E, de latim, a língua oficial do Império Romano.
Por não possuir falantes nativos, é hoje considerada uma língua morta. Na política, porém, tem gente querendo ressuscitá-la.
Quando a Folha de S.Paulo publicou mais uma das matérias furadas de Verdevaldo, Sergio Moro reagiu citando Horácio: “Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus”, ou “A montanha pariu um rato“.
A própria operação Lava Jato, que batizou suas mais de 60 fases com palavras ou expressões em inglês, italiano, francês e grego, também recorreu ao latim na Erga Omnes (Para todos) e Ad Infinitum (Ao infinito).
Península é uma porção de terra cercada de água por quase todos os lados. A Península Itálica, todos conhecem, é a região da Europa que possui o formato de uma bota. Chama-se Lácio o trecho central da tal “bota”, onde fundaram Roma. E, de latim, a língua oficial do Império Romano.
Por não possuir falantes nativos, é hoje considerada uma língua morta. Na política, porém, tem gente querendo ressuscitá-la.
Quando a Folha de S.Paulo publicou mais uma das matérias furadas de Verdevaldo, Sergio Moro reagiu citando Horácio: “Parturiunt montes, nascetur ridiculus mus”, ou “A montanha pariu um rato“.
A própria operação Lava Jato, que batizou suas mais de 60 fases com palavras ou expressões em inglês, italiano, francês e grego, recorreu ao latim na Erga Omnes (Para todos) e Ad Infinitum (Ao infinito).
Quem também recorreu ao idioma foi Michel Temer, que, ao romper com Dilma Rousseff, escreveu uma carta com a epígrafe: “Verba volant, scripta manent“, ou “As palavras ditas voam, as escritas permanecem”.
Mal sabia o emedebista que, pouco tempo depois, passaria à história com uma frase bem menos inspiradora: “Tem que manter isso aí, viu!”.
– Panis et circenses
O latim também virou muleta retórica de um dos principais auxiliares do presidente Jair Bolsonaro.
Filipe Martins, assessor internacional da Presidência, cativa a audiência bolsonarista com tuítes inteiros escritos no mesmo idioma dos documentos oficiais do Vaticano – imprimindo um tom sacrossanto a trivialidades.
Puto enim Deus nos ostendit tamquam morti destinatos quia spectaculum facti sumus mundo et angelis et hominibus. Blasphemamur et obsecramus tamquam purgamenta huius mundi facti sumus omnium peripsima usque adhuc. Spiritalis autem iudicat omnia et ipse a nemine iudicatur.
— Filipe G. Martins (@filgmartin) June 8, 2019
Martins, aliás, movimenta seu exército virtual com o lema “Deus vult”, ou Deus quer, que ecoou na Europa quando o papa Urbano II deu início à Primeira Cruzada. Mas, se no século XI os cristãos europeus davam o sangue para evitar a expansão islâmica; no atual, fazem memes em vaporwave para oprimir o isentão.
Seja como for, o fato é que o latim está na boca do povo. Lula, por exemplo, só pensa em habeas corpus.
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