Como a China está mudando os filmes de Hollywood
O trailer de Top Gun: Maverick trouxe um detalhe de repercussão internacional. A jaqueta do personagem de Tom Cruise não é mais a mesma. O dinheiro chinês vem mudando as regras e os personagens nos filmes de Hollywood. Leia mais em O Comentarista...
O trailer de Top Gun: Maverick trouxe um detalhe de repercussão internacional. A jaqueta do personagem de Tom Cruise não é mais a mesma.
O dinheiro chinês vem mudando as regras e os personagens nos filmes de Hollywood.
Leia mais em O Comentarista:
O trailer de Top Gun: Maverick trouxe um detalhe de repercussão internacional. A jaqueta do personagem de Tom Cruise não é mais a mesma.
No filme original, de 1986, ela trazia imagens das bandeiras do Japão e de Taiwan. Mas na sequência, que chega aos cinemas em 2020, elas foram substituídas por figuras das mesmas cores, sem significado conhecido. O círculo vermelho japonês virou um triângulo, fazendo a bandeira parecer a de Minas Gerais.
A empresa chinesa Tencent Pictures é sócia da Paramount no novo filme.
Confira como a China tem se aproximado de Hollywood em busca de um ativo indispensável para uma superpotência: soft power.
– A Hollywood chinesa é em Hollywood mesmo
Não é de hoje que o dinheiro chinês está alterando os filmes de Hollywood. No fim de 2018, o New York Times publicou uma reportagem mostrando várias opções artísticas tomadas para agradar aos novos patrocinadores.
A versão de 2012 de Amanhecer Violento, com Chris Hemsworth, originalmente mostrava militares chineses invadindo uma cidade americana. Depois que o roteiro vazou, o estúdio MGM gastou US$ 1 milhão para substituir os chineses por norte-coreanos.
Na comédia Pixels (2015), com Adam Sandler, os criadores escreveram uma cena em os alienígenas destruíam a Grande Muralha da China. Isso preocupou os executivos da Sony. No final das contas, os aliens destroem o Taj Mahal.
Nos quadrinhos da Marvel, o personagem Ancião é um idoso tibetano. No filme Doutor Estranho (2016), estrelado por Benedict Cumberbatch, a Anciã é uma feiticeira celta, vivida por Tilda Swinton.
Nos últimos cinco anos, a China patrocinou mais de 40 grandes sucessos de bilheteria, incluindo Kung Fu Panda 3, Mulher Maravilha, A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell, Missão: Impossível – Efeito Fallout, e, claro, A Grande Muralha, com Matt Damon.
– As relações fora da jaqueta
Japão e China são rivais geopolíticos há séculos, tendo se enfrentado em várias guerras. Já Taiwan se separou da China em 1949, mas Pequim ainda vê a ilha como seu próprio território e empreende uma longa campanha para que países e empresas não reconheçam a independência.
A ditadura chinesa também não quer a independência do Tibete.
– O que está em jogo
Um relatório da consultoria Deloitte prevê que já no ano que vem o mercado chinês de cinema vai ultrapassar o da América do Norte, tanto em público quanto no faturamento em bilheteria.
Os estúdios de Hollywood precisam de um bom lançamento na China, que pode até compensar maus resultados nos Estados Unidos.
Em troca, cada vez menos os chineses serão vilões nos filmes — e tampouco tibetanos serão os heróis.
– A repercussão
O senador republicano Lindsey Graham disse nesta terça (23): “Esse poder do dinheiro chinês no mundo moderno é uma droga”. Ele odiou o fato de que as bandeiras foram removidas do próximo Top Gun por causa do patrocínio chinês, mas ainda pretende assistir ao filme.
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