As sucessivas derrotas do “quinteto”
Segundo o Capitão Augusto, há cinco culpados pelas derrotas do governo Bolsonaro.
A bancada da segurança pública articulava-se com 300 deputados quando soube que o decreto das armas fora revogado por Jair Bolsonaro. Capitão Augusto, coordenador do grupo, jogou a culpa pela desarticulação no que chamou de “quinteto”.
São derrotas sucessivas aqui, está difícil. Capitão Augusto, coordenador da bancada da segurança públicaDe fato, o trabalho da oposição anda mais fácil que o esperado. Mas do que se trata o tal quinteto a quem o capitão Augusto culpa pelas derrotas sucessivas? – Delegador Waldir Deputado eleito pelo PSL de Goiás, atua como líder do partido na Câmara Federal. Em abril, chamou atenção por celebrar uma derrota do governo Bolsonaro na CCJ. A convocação de Abraham Weintraub ao plenário da Câmara nasceu de uma provocação de Waldir: “Podem convocar. Ele vai dar um show!” Causou revolta na própria bancada quando escolhido para a comissão especial da Previdência. E incredulidade no deputado Diego Garcia, do Podemos, quando elogiou a oferta de R$ 40 milhões em emendas por voto a favor da reforma. No que o relatório finalmente ficou pronto, criticou o resultado:
O relatório é uma calça remendada, não é a nova Previdência. Se passar isso aí, logo teremos que fazer uma nova reforma. Delegado Waldir, com exclusividade para O AntagonistaAlega que a sigla cumpre com o papel esperado, mas “o PSL não tem culpa se o Onyx não criou a base“. – Onyx Lorenzoni Deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul desde 2003, tornou-se ministro da Casa Civil em 2019. Na campanha, prometia para o presidente da República uma base com mais de 300 parlamentares. Em abril, apostava que a reforma da Previdência seria aprovada no semestre que terminará no próximo domingo. Quando a reforma administrativa foi ao plenário, não conseguiu domar o PSL, que precisou ser contido por Bolsonaro em pessoa. Garantiu que o decreto que ampliava o porte de armas era constitucional, que nada dele cairia. E que não havia “tsunami nenhum“, que Carlos dos Santos Cruz não seria demitido. Mas o decretou findou revogado pelo presidente. E o general caiu – dentre outros motivos – por pressão do próprio Onyx, que reclamava da articulação trabalhada pelo então secretário de Governo. – Major Vitor Hugo Deputado federal pelo PSL de Goiás, atua como líder do governo na Câmara. Reclamava nas redes sociais que a base do governo “simplesmente não existe“. Numa entrevista, reconheceu que está “aprendendo a ser deputado e a ser líder do governo”. Em maio, Rodrigo Maia anunciou que rompera com ele – o líder do governo publicara uma sátira do presidente da Câmara carregando um saco de dinheiro. Foi apontado por Onyx como alguém que atrapalhava a tramitação da reforma. Aliados, contudo, consideraram que a Casa Civil atuava para derrubar o parlamentar da liderança. Em retaliação, Vitor Hugo se ausentou da sessão na CCJ convocada para ouvir o ministro. – Joice Hasselmann Deputada federal pelo PSL de São Paulo, atua como líder do governo no Congresso. Também não se bica com Vitor Hugo. Mas fez mais barulho em briga com Carla Zambelli, que a acusava de cumprir uma agenda eleitoral de olho em 2020. Chamou de “lacradores de direita” os parlamentares que insistiam em manter o Coaf com Sergio Moro. Uma semana depois, viu o próprio partido descumprir um acordo costurado pela líder, o que rendeu uma discussão pública com Major Olimpio: “não admito que venham com molecagem“, disse Joice. Na Comissão Mista de Orçamento, foi confundida com Gleisi Hoffmann: “o sobrenome é parecido”, justificou-se Gonzaga Patriota, autor da gafe. – Secretaria de Governo O “quinteto” do Capitão Augusto se completa com a Secretaria de Governo, há 13 dias aos cuidados de Luiz Eduardo Ramos. A pasta estava sob o comando de Carlos dos Santos Cruz quando enfrentou um bombardeio protagonizado por Olavo de Carvalho. O tsunami antevisto por Bolsonaro – e renegado por Lorenzoni – não foi fatal, mas fragilizou o general ao ponto de uma marolinha afastá-lo do cargo um mês depois. Em dificuldades com a Casa Civil, Vitor Hugo passou a se articular com Santos Cruz. Conforme explicou Igor Gadelha na Crusoé, a queixa de Onyx contra a articulação da Secretaria de Governo somou-se aos argumentos de Bolsonaro na demissão do general.
Atrito com Onyx também contribuiu para demissão de Santos CruzIronicamente, com a nomeação de Ramos, o presidente da República transferiu a articulação da Casa Civil para a Secretaria de Governo. E um processo de fritura do próprio Onyx foi iniciado. Como disse o Capitão Augusto, “está difícil“.
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