Zelensky critica Lula por “posição fraca” sobre guerra na Ucrânia
Presidente ucraniano agradeceu apoio da maioria dos brasileiros, mas criticou declaração do G20 por falta de firmeza em defesa de Kiev
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (foto), criticou Lula por ter permitido que a declaração do G20 refletisse uma “posição fraca” sobre a guerra na Ucrânia, sem mencionar a Rússia.
A declaração de 24 páginas dos países do G20 fala apenas em soberania e autodeterminação dos povos de maneira geral e, de modo mais específico, para os palestinos. Mas não apresentou qualquer defesa dos ucranianos.
“Houve uma situação muito difícil, bastante escandalosa. Infelizmente, o líder do Brasil mostrou uma posição fraca nesta guerra”, disse Zelensky, que acrescentou ter mantido “um bom diálogo” anteriormente com Lula, nos Estados Unidos.
Zelensky afirmou ainda que o Brasil “é um grande país” e agradeceu o apoio da maioria do povo brasileiro à Ucrânia, mas ressaltou que, “infelizmente, a cúpula do G20 decorreu com um apoio muito fraco” a Kiev.
“Como o povo do Brasil nos apoia, não quero mentir. Quero ser muito direto: se queremos relações normais entre as nossas nações, então, provavelmente, deveríamos apoiar primeiro os povos e não os agressores, os líderes da agressão no mundo, como [Vladimir] Putin”, acrescentou.
O líder ucraniano disse que o Brasil não poderá servir de mediador para negociações relacionadas com a Ucrânia, porque “não demonstrou a sua voz durante o G20 em relação à agressão de Putin e da Rússia”.
“Essa fraqueza permite a Putin, durante estes eventos globais, quando o G20 se reúne, atacar com novos mísseis, depois de [chanceler alemão Olaf] Scholz lhe ter telefonado. Penso que se houver declarações fortes, apelos fortes, passos fortes, então Putin não se comportará assim.”
As declarações de Zelensky foram feitas no sábado, 23, durante a Terceira Conferência Internacional sobre Segurança Alimentar “Cereais da Ucrânia”.
Responsabilidade de Lula
Como mostramos, as tensões dominaram as negociações diplomáticas no último domingo, 17 de novembro, quando os representantes das nações do G20 se depararam com um impasse em relação à declaração conjunta sobre a guerra na Ucrânia.
Após um ataque russo em larga escala no domingo, as nações europeias mais críticas à Rússia estavam diante de duas opções: solicitar diretamente a revisão do trecho específico sobre o conflito ou delegar essa decisão ao Brasil. Optaram pela segunda estratégia, transferindo assim a responsabilidade para o governo brasileiro. Lula decidiu não retomar as discussões.
A estratégia adotada pelo G7 foi deixar essa responsabilidade nas mãos do Brasil.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou a ausência do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na reunião do G20. Apesar dos esforços do chanceler e de outros líderes para garantir sua presença, a Ucrânia não faz parte do grupo e Zelensky não foi convidado pelos anfitriões brasileiros.
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Comentários (1)
Marcia Elizabeth Brunetti
24.11.2024 08:07Zelensky deve saber que a população brasileira, até os comunistas de apartamento, estão contra Putin. Infelizmente estamos na mão de um aloprado que sem sabe o que significa ser ditador, mas sonha em se tornar um.