Zeina Latif diz que lista de promessas de campanha de Boulos “é inexequível”
Em artigo no Estadão, Zeina Latif alerta para a "simplificação excessiva" de promessas eleitorais por parte de candidatos, especialmente os de oposição que "constroem a imagem de que é fácil resolver os problemas e que, se nada foi feito antes, foi por descaso ou desonestidade". Segundo ela, as promessas de Guilherme Boulos, por exemplo, são inexequíveis...
Em artigo no Estadão, Zeina Latif alerta para a “simplificação excessiva” de promessas eleitorais por parte de candidatos, especialmente os de oposição que “constroem a imagem de que é fácil resolver os problemas e que, se nada foi feito antes, foi por descaso ou desonestidade”.
Segundo ela, as promessas de Guilherme Boulos, por exemplo, são inexequíveis.
“O jovem político reproduz o discurso da velha esquerda que não acredita em restrição orçamentária e acha que tudo se resolve com mais recursos. A lista de promessas de campanha é inexequível, pela falta de recursos e por contemplar medidas tecnicamente equivocadas. Para cobrar a dívida ativa, em boa medida irrecuperável neste País de crises frequentes, Boulos promete contratar mais procuradores. Para reduzir a população de rua, propõe usar a rede hoteleira e contratar mais agentes. Para a saúde, mais médicos. E por aí vai.
Promete uma ‘renda cidadã’ paulistana, uma política onerosa e mais adequada para a União, e defende o que chama de economia solidária – por exemplo, a compra de alimentos de pequenos produtores no cinturão verde, fora de São Paulo, para prover escolas. No entanto, em uma grande metrópole, ganhos de escala são necessários para garantir a efetividade das políticas públicas e, ao mesmo tempo, evitar despesas em demasia.
Para financiar seus programas, o candidato diz contar com a recuperação da dívida ativa e com a suposta sobra de caixa – um recurso já comprometido e exigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele confunde fluxo com estoque (fluxo de despesa permanente pago com estoque finito de recursos), erro básico, que, de quebra, fere a LRF.”
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