Zambelli teve alteração cardíaca, diz boletim médico
Médicos afirma que a deputada segue sem previsão de alta hospitalar
Os médicos Gabriela Dalla Costa e Jeffer Morais emitiram um boletim médico confirmando que a deputada Carla Zambelli (PL-SP) esteve impossibilitada de comparecer à audiência que ouviu testemunhas do processo em que é investigada como suposta mandante da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), liderada por Walter Delgatti. Zambelli está internada no HCOR, Associação Beneficente Síria,e é monitorada por profissionais da área de cardiologia.
“A paciente deputada Carla Zambelli encontra-se internada no Hcor desde a madrugada do dia 26. Foi admitida após sofrer uma síncope no contexto de uma alteração do ritmo cardíaco. Segue realizando exames. A paciente encontra-se estável, consciente e sem previsão de alta hospitalar”, diz o boletim.
Defesa
Os advogados Daniel Bialski, André Bialski, Bruno Borragine e Daniela Woisky foram os primeiros a justificar a ausência de Zambelli durante a audiência destinada à oitiva de testemunhas do caso, nesta quinta,26. “Ela está hospitalizada e precisará passar por um procedimento de emergência. Contudo, independentemente do que lhe acometeu, como diversas testemunhas imprescindíveis não compareceram, ela não seria ouvida de qualquer maneira”, detalhou uma nota enviada pela defesa.
Valdemar é testemunha
O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, depôs sobre o caso, sendo uma das testemunhas incluídas no processo pela defesa de Zambelli. Ele afirma que descartou a tentativa de Delgatti de ser empregado no partido.
Segundo Valdemar, o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, se ofereceu para ser contratado pela administração do partido e receber a remuneração no lugar de Delgatti. “Tive uma péssima impressão do advogado dele”, disse o político em sala virtual, na presença de Delgatti e Moreira.
Valdemar diz que foi surpreendido com o pedido de emprego e que a deputada Carla Zambelli, que acompanhou a dupla até o gabinete, teria acenado negativamente com a cabeça, reprovando o pedido pelo ingresso nos quadros do PL.
“Eu não sabia que ele tinha vindo aqui para procurar emprego. O advogado dele disse que poderia receber [o salário] no lugar dele. Eu sabia que ele não poderia trabalhar aqui [no PL] porque teve todos esses problemas com a Justiça, e a Carla, que estava sentada um pouco mais atrás, balançou a cabeça dizendo que não”.
Ainda durante a audiência, o advogado de Delgatti afirmou que o presidente do PL tentou encaixar o hacker no marketing da campanha de Bolsonaro e questionou: “Por que o senhor ligou para o seu marqueteiro?”.
“Eu liguei para o Duda Lima porque eu queria me livrar dos senhores. Para vocês irem embora da minha sala. Eu tive uma péssima impressão de vocês“, rebateu o político. Moreira disse que a péssima impressão que recebeu de Valdemar “foi recíproca”.
No banco dos réus
Como mostramos, Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto viraram réus pela invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que fabricou um mandado de prisão falso contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A Primeira Turma do STF aceitou, nesta terça-feira, 21 de maio, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Zambelli e Delgatti. A decisão foi unânime.
Moraes foi o relator do caso e foi seguido pelos outros ministros da turma, que são Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
A denúncia da PGR é pela prática de dez crimes: sete do artigo 154-A e parágrafo 2 do Código Penal, por invasão de dispositivo informático, e três do artigo 299 do Código Penal, por falsidade ideológica.
Em 4 de janeiro de 2023, Walter Delgatti inseriu documentos falsos no sistema do CNJ, como um mandado de prisão contra Moraes.
Na votação da Primeira Turma do STF concluída nesta terça, o ministro afirmou que a fabricação da ordem de prisão foi uma “burrice”. Já Cármen Lúcia a descreveu como “desinteligência natural”.
Preso em agosto, Delgatti confessou a invasão, acusando Zambelli de ser a mandante. À PF, o hacker afirmou ter recebido 40 mil reais pelos serviços.
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