A revista Times é mais um dos grandes veículos internacionais a destacar em manchete o duelo de titãs entre Elon Musk e o ministro Alexandre de Moraes.

A reportagem começa indagando “o que saber sobre a batalha de Elon Musk com um juiz brasileiro por causa de discurso nas redes sociais”? E começa a tentar resumir o imbróglio: “enquanto um juiz brasileiro tenta reprimir notícias falsas nas redes sociais, ele e Musk se encontram em desacordo em uma disputa crescente que pode ter consequências significativas para Musk, o Brasil e X”.

Após narrar a sequência dos fatos já conhecidos dos brasileiros como a postagem da equipe de Assuntos Governamentais Globais do X denunciando as exigências de Alexandre de Moraes e as posteriores intervenções de Musk, marcando Moraes nas suas postagens, acusando-o de censor e pedindo o seu impeachment, a revista americana traça um curto perfil do intrigantes personagem, que seria “conhecido como um cruzado contra as forças antidemocráticas no Brasil”:

“Como juiz, de Moraes ordenou investigações sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu envolvimento nos distúrbios pós-eleitorais em Brasília no ano passado. Ele também prendeu alguns dos apoiadores de Bolsonaro pelo que afirma serem ataques às instituições democráticas do Brasil.

Desde 2019, De Moraes lidera uma investigação sobre as chamadas “milícias digitais” do Brasil – fornecedoras de notícias falsas para grupos políticos ou ideológicos – que têm atacado verbalmente membros do tribunal.

Em março de 2022, de Moraes ordenou a suspensão nacional do Telegram, uma plataforma muito utilizada por Bolsonaro e pelos seus apoiadores, pelo seu alegado fracasso no encerramento de redes de desinformação.

Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de outubro de 2022 entre Lula da Silva e Bolsonaro, o tribunal eleitoral concedeu a Moraes poder unilateral para ordenar que as empresas de tecnologia removessem postagens e vídeos online sob ameaça de suspensão no Brasil.

Políticos de direita, incluindo Bolsonaro, acusaram de Moraes de ultrapassar a sua autoridade e abusar do seu poder, embora muitos dos defensores de Moraes argumentem que a abordagem do juiz é sólida, dada a fragilidade da democracia no país”.