Wajngarten reclama de “memória seletiva” de Freire Gomes
À PF, Freire Gomes afirmou que o ex-presidente apresentou a chamada minuta golpista aos integrantes das Forças Armadas
O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, usou as redes sociais nesta sexta-feira, 15, para criticar o general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e seu depoimento à Polícia Federal (PF). Aos investigadores, o militar afirmou que o ex-presidente apresentou a chamada minuta golpista aos integrantes das Forças Armadas durante uma reunião no Palácio da Alvorada.
“Tem General com memória seletiva…. Recorda-se de vírgulas e frases e palavras, mas não se recorda de datas. Bem curioso. Mais ainda as defesas não terem nenhum acesso à esse depoimento folclórico”, disse Wajngarten.
Depoimento de Freire Gomes
Em seu depoimento no dia 1º de março, Freire Gomes assumiu que Bolsonaro lhe apresentou a minuta de um decreto que instauraria um estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Freire Gomes, “na referida reunião possivelmente Filipe Martins leu o referido conteúdo aos presentes e depois se retirou do local, ficando apenas os militares, o então ministro da Defesa e o então Presidente da República Jair Bolsonaro”.
Filipe Martins foi preso em fevereiro deste ano, apontado pela PF como um dos autores da minuta golpista. Ainda durante o depoimento para a PF, o ex-comandante disse que Bolsonaro descreveu o documento como “em estudo” e disse que depois “reportaria a evolução aos comandantes”.
Freire Gomes afirmou que uma nova reunião foi realizada uma semana depois, no dia 14 de dezembro de 2022, também no Alvorada. Neste encontro, uma nova versão da minuta golpista foi apresentada. Este segundo documento seria semelhante ao encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres, também alvo da operação da PF.
“Em outra reunião no Palácio da Alvorada, em data em que não se recorda, o então presidente Jair Bolsonaro apresentou uma versão do documento com a decretação do Estado de defesa e a criação da comissão de regularidade eleitoral para ‘apurar a conformidade e legalidade do processo eleitoral’”, disse Freire Gomes.
O ex-comandante do Exército disse ainda que ele e o brigadeiro Baptista Junior, então chefe da Aeronáutica, teriam afirmado “de forma contundente suas posições contrárias ao conteúdo exposto”. O general diz que o almirante Almir Garnier, comandante da Marinha, teria se colocado “à disposição” do presidente.
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