Vulnerabilidade das telefônicas é problema mundial, diz expert
A vulnerabilidade das operadoras telefônicas que permitiu a invasão dos celulares de autoridades é um problema mundial, disse a O Antagonista Jorge Henrique Cabral Fernandes, professor de ciências da computação da Universidade de Brasília...
A vulnerabilidade das operadoras telefônicas que permitiu a invasão dos celulares de autoridades é um problema mundial, disse a O Antagonista Jorge Henrique Cabral Fernandes, professor de ciências da computação da Universidade de Brasília.
“Lá na Europa, por exemplo, a maioria desses ataques vêm de provedores da Ásia e África. É um problema mundial. Nada impede que uma pessoa do outro lado do mundo faça a mesma coisa. Basta ele conseguir acesso a essa rede.”
A fragilidade, segundo o professor, está no protocolo de segurança das operadoras. Um dos sistemas de telefonia, chamado SS7, foi criado em 1975 para conectar todas as operadoras do mundo. Nele são realizadas as chamadas e enviadas as mensagens de texto entre os celulares.
Fernandes diz que o SS7 é facilmente enganado, quando alguém faz uma chamada identificando-se com outro número, como fizeram os hackers.
“Eles conseguiam acesso à rede pelo VOIP. Este sistema permite que você insira qualquer número. Quando colocaram o telefone de alguém, a rede não verificou se correspondia ao número verdadeiro, porque a rede trabalha na forma de menor esforço.”
A vulnerabilidade, diz, foi detectada há pelo menos cinco anos. Mas por que nada foi feito?
“Não é um juízo de valor sobre a política brasileira, mas esse tipo de falha é até aceita por autoridades no mundo, que deixam para que os órgãos de inteligência possam fazer espionagens. A falha desse tipo de protocolo não é surpreendente. Até mesmo o Snowden mostrou isso, quando mostrou que a NSA usava dessa mesma fragilidade para fazer a vigilância.”
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