Voepass conclui remoção de destroços de avião em Vinhedo
Material foi encaminhado para Ribeirão Preto, onde fica a sede da companhia
A Voepass informou neste domingo que finalizou a remoção dos destroços do avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, em 9 de agosto. O material foi encaminhado para Ribeirão Preto, onde fica a sede da companhia.
Além de partes do avião, equipamentos e bagagens foram transportados em três contêineres.
As bagagens e demais pertences serão entregues às famílias das vítimas.
Uma análise realizada por satélite revelou na semana passada que a aeronave da Voepass enfrentou condições críticas de gelo severo por um período de 8 a 10 minutos durante o voo.
De acordo com o manual do ATR 72-500, o modelo da aeronave envolvida, essa situação é considerada de “emergência” e pode resultar em perda de sustentação e giro da aeronave, levando ao descontrole e queda. Infelizmente, as 62 pessoas a bordo não sobreviveram.
A análise do acidente está sendo conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que busca entender as causas exatas da queda.
O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) teve um papel crucial na reconstituição das condições meteorológicas enfrentadas pela aeronave.
Sistema de degelo do avião
De acordo com o manual do ATR 72-500, a formação de gelo severo é uma situação na qual a taxa de acúmulo de gelo é tão rápida que os sistemas de proteção da aeronave não conseguem removê-lo efetivamente.
Isso pode ocorrer em menos de cinco minutos, formando uma camada de gelo de 1 centímetro, que compromete a performance e a controlabilidade da aeronave. Nesses casos, a tripulação é orientada a sair dessa condição imediatamente.
O meteorologista Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, enfatizou ao portal de notícias que o avião enfrentou uma situação “extremamente desfavorável” durante esses minutos críticos. A análise do laboratório estimou que a aeronave enfrentou temperaturas abaixo de -40°C ao atravessar nuvens densas, onde a formação de gelo foi intensa e contínua.
Um relatório, ao qual a equipe de investigação teve acesso, apontou que o sistema de degelo da aeronave havia apresentado falhas em seis ocasiões distintas em julho de 2023. No entanto, a empresa responsável pelo avião afirmou que o mecanismo estava em pleno funcionamento no dia do acidente.
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