Vice-presidente do PT sobre o centrão: “Você pode não gostar do diabo, mas ele existe”
Quaquá defendeu que o PT precisa "chamar sangue novo" e se livrar dos "incompetentes e puxa-sacos do governo"
O prefeito eleito de Maricá e vice-presidente nacional do PT, Washington Quaquá, passou a defender maior participação do Centrão no governo federal. “Você pode não gostar do diabo, mas ele existe”, declarou em entrevista ao jornal O GLOBO.
Questionado sobre a possibilidade de o governo Lula fazer uma reforma ministerial para acomodar ainda mais o Centrão, Quaquá defendeu que é preciso “chamar sangue novo” e se livrar dos “incompetentes e puxa-sacos do governo”. No entanto, ele evitou mencionar quem, exatamente, deveria sair.
Estabilidade com Lira
Quaquá foi questionado sobre a negociação feita pelo PT com o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) em troca do apoio ao candidato do Republicanos à presidência da Casa de Leis, Hugo Motta. O PT negociou uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU) e uma primeira secretaria no organograma da Casa Baixa. Para o vice-presidente, a barganha não apequenou a legenda.
“O Centrão existe. Você pode não gostar do diabo, mas ele existe. É preciso conviver, ter relação. Não tinha jeito, podem falar mal do Lira à vontade, mas ele deu estabilidade ao governo. O que era essencial foi aprovado”.
Desaforos de Lira
O político respondeu sobre as “afrontas” de Lira contra o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. O presidente da Câmara passou a se recusar a dialogar com o membro do governo e o chamar de incompetente.
“Ministro está lá para esse trabalho de ouvir desaforo. Acho que os dois erraram na relação, deveriam ter um convívio melhor. Padilha é meu amigo, meu irmão, mas não pode brigar com o presidente da Câmara. E a política vive de resultados“.
“Pauta identitária não serve para nada”
O vice-presidente do partido de Lula fez ainda uma declaração polêmica sobre a pauta identitária, que movimenta parte da legenda petista. “Repito, votamos tudo que tínhamos de votar. Tirando essa coisa que não serve para nada chamada pauta identitária, passou tudo”.
Sobre a divisão de espaços na Câmara dos Deputados, Quaquá reafirmou o interesse da legenda em ocupar espaços nobres nas comissões: “A CCJ foi para o PL porque o PT demorou a apoiar o Lira. Desta vez, apoiamos o Hugo Motta desde o início, então vamos ter mais condições de negociação. Na política, quem chega primeiro bebe água limpa”.
2026
Segundo o prefeito eleito, Bolsonaro é o adversário ideal para o PT em 2026. “Estamos atrasados na articulação, precisamos começar a definir quem serão os nossos candidatos a governador nos estados. Acho ainda que haverá surpresas na direita, vide Pablo Marçal e Ronaldo Caiado. Eu se sou estrategista do PT, na verdade, adoraria enfrentar o (Jair) Bolsonaro de novo. Ele é ótimo para ser derrotado”, acrescentou.
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