Vereador é indiciado por imitar som de macaco em discussão com colega
O vereador Lincon Albuquerque (Cidadania; foto) foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por injúria racial, após imitar sons de macaco enquanto discutia com um colega negro durante uma sessão plenária na Câmara Municipal de Planaltina...
O vereador Lincon Albuquerque (Cidadania; foto) foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por injúria racial, após imitar sons de macaco enquanto discutia com um colega negro durante uma sessão plenária na Câmara Municipal de Planaltina.
A decisão foi tomada pelo delegado José Antonio Sena, responsável pelo caso, que encaminhou o inquérito ao fórum na última sexta-feira, 12.
O episódio ocorreu em novembro de 2023, durante uma discussão sobre um projeto para implantar uma loteria no município. Durante o debate acalorado, Albuquerque sons que imitavam um macaco enquanto discutia com o colega Carlim Imperador (PROS) O vereador nega que sua intenção tenha sido racista.
Segundo o relatório da 11ª Delegacia Regional de Polícia, o vereador gesticulou com as mãos próximas ao ouvido e fez sinais de abrir e fechar os dedos. O presidente da Câmara pediu calma aos dois parlamentares e, logo em seguida, Albuquerque emitiu sons com a boca, reproduzindo sons que imitam um macaco.
Veja o momento em que o vereador acusado imita sons de macaco
O vereador Lincon Albuquerque (Cidadania) foi indiciado pela Polícia Civil de Goiás por injúria racial. Ele imitou sons de macaco enquanto discutia com um colega negro durante uma sessão plenária na Câmara Municipal de Planaltina. pic.twitter.com/ZIF3qHJbuy
— O Antagonista (@o_antagonista) January 16, 2024
Cabe ao Ministério Público de Goiás (MP-GO) decidir se irá denunciar o vereador ou se pedirá o arquivamento do caso. De acordo com a Constituição, o crime de injúria racial prevê pena de dois a cinco anos de reclusão, além de multa. Albuquerque nega as acusações e afirma que irá se defender na Justiça.
O que diz o vereador acusado?
O vereador acusado afirmou à CNN Brasil que já esperava essa decisão e acredita na importância da investigação e do devido processo legal para poder se defender. Até o momento, nem ele nem seu advogado foram notificados sobre o resultado da investigação.
Albuquerque, que se registrou como pardo nas últimas eleições, negou ter imitado um macaco durante a discussão com Carlim. Segundo ele, os gestos e sons foram apenas uma forma de expressar que o colega estava fazendo muito barulho. “Eu estava mostrando que ele era barulhento, fiz ‘blá blá blá’ com a mão para dizer isso“, explicou o vereador.
Ele também destacou que tem recebido apoio da população em encontros nas ruas, na escola onde trabalha e na igreja que frequenta. Segundo o vereador, as pessoas conhecem os dois parlamentares e sabem que Carlim costuma ser agressivo nos embates políticos, o que pode ter sido uma estratégia para desestabilizá-lo durante a discussão.
Vereador que ofendeu comunidade judaica é condenado em São Paulo
A Justiça de São Paulo condenou o vereador Adilson Amadeu (União Brasil), em outubro do ano passado, a dois anos e seis meses de reclusão em regime aberto, perda de cargo e pagamento de multa de 13 salários mínimos por ofensas contra a comunidade judaica.
Em 2020, o vereador de São Paulo enviou um áudio no WhatsApp a amigos em que disse:
“(…) que é uma puta de uma sem-vergonhice, que eles querem que quebre todo mundo, para todo mundo ficar na mão, do grupo de quem? Infelizmente também os judeus, quando eu até tô até respondendo um processo, porque quando entra [o Hospital] Albert Einstein, grupo Lide, é que tem sem-vergonhice grande, grande, sem-vergonhice de grandeza que eu nunca vi na minha vida.”
Poucos meses antes de enviar esse áudio, o vereador se referiu ao então colega Daniel Annenberg como “judeu filho da puta” e “judeu bosta” por ele ter votado contra um projeto de sua autoria.
A defesa do vereador argumenta que o áudio foi compartilhado “com amigos de infância” e que seu alvo “nunca foram os judeus e sim a Administração Pública Municipal e Estadual, durante a pandemia”.
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