Vélez Rodríguez, um zumbi no Ministério da Educação
Sim, parece outro fato longínquo, mas foi em 2019. Ricardo Vélez Rodríguez chegou à cadeira de ministro da Educação graças à indicação de Olavo de Carvalho. Sua passagem pelo governo foi breve: não durou nem 100 dias. No começo do ano, o então ministro achou que seria uma boa ideia...
Sim, parece outro fato longínquo, mas foi em 2019. Ricardo Vélez Rodríguez chegou à cadeira de ministro da Educação graças à indicação de Olavo de Carvalho. Sua passagem pelo governo foi breve: não durou nem 100 dias.
No começo do ano, o então ministro achou que seria uma boa ideia enviar para todas as escolas do país um pedido para que alunos e professores fossem filmados cantando o hino nacional diante da bandeira do Brasil.
A circular era flagrantemente inconstitucional, pois além de tudo pedia para os estudantes repetirem o slogan “Brasil acima de tudo. Deus acima de todos”, usado na campanha de Jair Bolsonaro.
O Ministério Público Federal quis explicações. Em meio à polêmica, Vélez disse ter percebido o “erro” e mudou o comunicado sobre o hino.
A gestão dele desandou rapidamente. No terceiro mês do ano, doze funcionários da pasta haviam caído.
O principal motivo: Olavo de Carvalho.
Assim que o ministro colombiano removeu um grupo de olavistas de seus cargos, o ideólogo da Virgínia exigiu que militares também fossem retirados da pasta, acusando-os de perseguirem seus discípulos.
Bolsonaro cumpriu à risca cada exigência. Convocou Vélez e repassou o pedido do escritor.
Àquela altura, no entanto, o presidente já havia reclamado da gestão do MEC na TV e até admitido a falta de experiência de Vélez para a função.
O ministro era decepção para o Palácio do Planalto, pois não havia apresentado nada de concreto desde que fora indicado.
Sem apoio de militares, da opinião pública e do próprio presidente, Vélez virou um ministro morto-vivo no cargo.
Ele perdeu até mesmo o aval de Olavo, que o chamou de “traiçoeiro” nas redes sociais.
Por fim, no dia 5 de abril, uma sexta-feira, o noivado de Jair Bolsonaro com Vélez Rodríguez foi rompido.
“Está bastante claro que não está dando certo o ministro Vélez. Na segunda-feira, vamos tirar a aliança da mão direita, ou vai para a esquerda ou vai para a gaveta”, afirmou o presidente.
No final do túnel, havia Abraham Weintraub.
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