Vão botar a culpa em Gleisi?
Em meio ao mau desempenho do PT nas urnas, colaboradores de Lula cogitam a saída antecipada de Gleisi Hoffmann da presidência do partido
Em meio ao desempenho aquém do esperado do PT nas eleições municipais de 2024, colaboradores diretos do presidente Lula, como Alexandre Padilha, começaram a defender a antecipação da saída da presidente nacional da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), registrou a Folha de S.Paulo.
Segundo o jornal, o ministro das Relações Institucionais citou a possibilidade durante uma reunião com o chefe do Palácio do Planalto.
Na conversa, Lula perguntou a Gleisi, cujo mandato termina em 30 de junho de 2025, sobre o processo eleitoral do partido, e Padilha questionou se a mudança no comando não poderia ser antecipada para fevereiro.
Ela descartou a possibilidade.
“Vou ficar até o fim do mandato. E conduzir a sucessão. Esse foi meu compromisso, inclusive com o presidente Lula”, disse Gleisi ao jornal.
A briga pela presidência do PT
A condução do PT é disputada por duas alas da CNB (Construindo um Novo Brasil), força política comandada por Lula.
Um grupo defende a renovação da direção do partido sob a liderança do prefeito de Araraquara, Edinho Silva, enquanto outro culpa os ministros do governo pelo resultado do PT nas urnas.
Após o primeiro turno, dirigentes do partido afirmaram que o presidente é blindado por ministros bajuladores.
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Esquerda apagada
Como mostrou a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, intitulada “Esquerda apagada”, o resultado pífio nas eleições municipais escancarou o apagão que a esquerda brasileira está atravessando. Incapaz de atualizar suas bandeiras, essa corrente perdeu a conexão com boa parte da população, principalmente com os mais pobres. O fenômeno tem causas internas e externas, e vem se delineando há vários anos, mas tem sido sistematicamente desprezado pelos seus líderes. Essa dificuldade em encontrar uma solução para ele faz com que o PT e seus aliados mais próximos, como o Psol, tenham um futuro incerto pela frente.
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