Valeixo diz que não tinha acesso ao inquérito de Moraes que preocupa Bolsonaro
Num trecho do depoimento de hoje, Maurício Valeixo mostrou que nem ele, como diretor-geral da Polícia Federal, sabia muito sobre o inquérito inconstitucional e sigiloso tocado por Alexandre de Moraes para investigar ataques contra ministros do Supremo. Na semana em que demitiu Valeixo, Bolsonaro demonstrou a Sergio Moro preocupação com o inquérito. Pelo WhatsApp, enviou ao ex-ministro a nota de O Antagonista "PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas", e depois a mensagem: "Mais um motivo para a troca"...
Num trecho do depoimento de hoje, Maurício Valeixo mostrou que nem ele, como diretor-geral da Polícia Federal, sabia muito sobre o inquérito inconstitucional e sigiloso tocado por Alexandre de Moraes para investigar ataques contra ministros do Supremo.
Na semana em que demitiu Valeixo, Bolsonaro demonstrou a Sergio Moro preocupação com o inquérito. Pelo WhatsApp, enviou ao ex-ministro a nota de O Antagonista “PF na cola de 10 a 12 deputados bolsonaristas”, e depois a mensagem: “Mais um motivo para a troca”.
Questionado sobre o assunto hoje, Valeixo ressaltou que até ele, como diretor-geral da PF, não tinha informação sobre a investigação.
“Nunca havia sido solicitado ao depoente qualquer informação, seja pelo ex-ministro Sergio Moro ou pelo presidente da República sobre o mencionado inquérito; que sequer tinha conhecimento sobre os fatos que eram investigados no inquérito 4781-STF, sabendo, genericamente que o mesmo apurava ameaças e fake news.”
Em seguida, Valeixo disse que “não tem conhecimento se esse inquérito foi tombado na Polícia Federal” e que ele sabia que o inquérito era “determinado à Polícia Federal para cumprimento de diligências, tais como cumprimento de buscas”.
O inquérito sempre foi tocado em sigilo por Alexandre de Moraes, escolhido relator por Dias Toffoli em março do ano passado, quando começou a investigação. Desde o início a PGR foi alijada das apurações e os alvos nunca souberam exatamente por quais motivos são investigados.
Além de deixar claro que nunca teve acesso ao conteúdo, Valeixo buscou mostrar no depoimento que um novo diretor-geral dificilmente mudaria essa realidade.
“Seria necessária uma troca na rotina de trabalho estabelecida na Polícia Federal já há muitos anos; Que assim como os inquéritos que tramitam no Superior Tribunal de Justiça, aqueles que tramitam no Supremo Tribunal Federal envolvem tratativas diretas entre as equipes policiais e os gabinetes dos ministros, sem que tais documentos passem pelo gabinete do diretor-geral.”
Questionado pela defesa de Moro sobre o mesmo assunto, Valeixo disse que o diretor-geral da PF “não tem como comportamento padrão ter acesso direto com as equipes de investigação”.
“Se acaso tentasse esse acesso, face ao amadurecimento institucional, uma ação como essa seria formalizada nos autos e comunicada, no caso do inquérito das fake news, ao ministro do Supremo Tribunal Federal.”
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