Valdemar relatou à PF pressão de Bolsonaro para questionar urnas no TSE
Na época, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, impôs uma multa de 22 milhões de reais ao PL por litigância de má-fé
Em depoimento prestado à Polícia Federal em 22 de fevereiro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse que foi pressionado por deputados e por Jair Bolsonaro a questionar a lisura do processo eleitoral no final de 2022.
Segundo informações prestadas por Valdemar, após a auditoria assinada pelo Instituto Voto Legal (IVL), ele sofreu pressão tanto do ex-presidente quanto de parlamentares para ingressar com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) questionando o resultado das urnas.
Na época, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, não somente indeferiu o pedido de Valdemar como impôs uma multa de 22 milhões de reais ao PL por litigância de má-fé.
Pressão
“Indagado se o então presidente Jair Bolsonaro insistiu com o declarante para ajuizar ação no TSE questionando o resultado das urnas eletrônicas, [Valdemar] respondeu que, quando houve o vazamento do relatório do IVL, os deputados do Partido Liberal e então presidente Bolsonaro o pressionaram para ajuizar tal ação no TSE”, registra o termo de depoimento da PF.
Valdemar também reafirmou aos agentes da PF que nunca concordou com as falas do ex-presidente da República sobre eventuais fraudes nas urnas “pois já participou de várias eleições e nunca presenciou nada que desabonasse o sistema eleitoral brasileiro”.
Ainda pelas informações prestadas por ele, o IVL foi apresentado ao partido pelo então candidato ao senado e ex-ministro Marcos Pontes.
Sem golpe
No termo de depoimento, que tem 22 páginas, Valdemar declarou que nunca considerou como séria a chamada “minuta do golpe”. Na visão de Valdemar, não houve qualquer tentativa de se estabelecer um “golpe de Estado” no Brasil.
No depoimento, Valdemar também disse que não estava presente nas reuniões de 7 de dezembro, em que supostamente se discutiu um golpe do estado e confirmou que esteve no Palácio da Alvorada em dez ocasiões após as eleições. Nas visitas, Valdemar negou que tenha discutido algum golpe de estado. Em alguns desses encontros, o dirigente partidário afirmou que foi apenas “animar” o ex-presidente. “O clima era de luto”, disse ele aos agentes da PF.
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