Valadares sobre anistia: “Governo faz obstrução porque não tem votos”
Relator do Pl da Anistia considera que base governista usa "artimanhas regimentais" para barrar proposta
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) avalia que membros do governo insistem em obstruir o projeto de lei que anistia presos do 8 de janeiro porque não tem os votos necessários para derrotar a matéria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“Nós estamos desde o dia de ontem enfrentando forte obstrução do governo, que a todo custo quer impedir a leitura do nosso relatório e a votação do nosso relatório. Por estratégia, decidimos que o melhor é retomar a discussão em outubro, após as eleições. Se o governo tivesse os votos, para derrubar o nosso projeto eles não iriam obstruir, iriam partir para os votos”, declarou em entrevista a O Antagonista.
Valadares acrescentou que a base lulista na Câmara usa “todas as artimanhas regimentais” para adiar o que, segundo ele é inevitável: a aprovação da anista aos presos do 8 de janeiro.
A deputada petista Erika Kokay (DF) disse à imprensa, nesta terça-feira,11, que, na avaliação da base governista, não é o momento para avançar com “pautas polêmicas”. Por isso, a obstrução contra a proposta. No entanto, ela negou que a base governista tenha feito intervenção pela abertura da ordem do dia durante a primeira sessão agendada para votar a matéria. “A abertura da ordem do dia é uma questão de responsabilidade do presidente Arthur Lira”, arrematou.
Estratégias
Apesar da análise do relator do projeto sobre a obstrução governista, o maior opositor do grupo de deputados que pleiteia o avanço do projeto de lei da anistia aos presos do 8 de janeiro, deixou de ser a base governista, que usou de subterfúgios para impedir a leitura do relatório na última terça-feira, 10, e passou a ser a própria articulação dos interessados na aprovação da matéria. Dos 34 votos necessários para aprovar o projeto, apenas 31 foram confirmados no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Deputados do Progressistas (PP), que assumiram a titularidade na CCJ para votar a favor da proposta, se dispersaram nesta quarta-feira,11, e sequer compareceram ao plenário da comissão mais relvante da Casa Baixa.
Foi o caso do capixaba Evair de Melo (PP-ES), que por achar que os colegas não tentariam aprovar a propositura hoje, retornou ao estado de origem. “Eu viajei ontem a noite porque a decisão de fazer a especial só foi tomada pela manhã. Então, ontem, depois que encerrou a sessão, eu e Pedro Lupion, que achávamos que tinha encerrado nosso papel, voltamos aos nossos estados”.
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