Vacina do Butantan, 79% contra a dengue
A expectativa é que a vacina fique pronta até setembro deste ano, de acordo com o governo do estado de São Paulo
O Instituto Butantan, em parceria internacional, está desenvolvendo de uma vacina contra a dengue há mais de 10 anos. Segundo um estudo científico publicado na revista New England Journal of Medicine, o imunizante apresenta uma eficácia geral de 79,6% na prevenção da doença.
Os resultados do estudo foram baseados em um acompanhamento de três anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. A eficácia da vacina mostrou-se positiva tanto em pessoas que já haviam contraído a doença anteriormente (89,2%) quanto naquelas que nunca tiveram contato com o vírus (73,6%).
Além disso, a vacina se mostrou altamente eficaz na redução do risco de contrair dengue sintomática causada pelos sorotipos 1 e 2 da doença. O imunizante é projetado para proteger contra os quatro tipos diferentes do vírus da dengue.
Eficácia por faixa etária
De acordo com os pesquisadores do Instituto Butantan, a vacina apresentou eficácia também em diferentes faixas etárias. Entre crianças de 2 a 6 anos, a eficácia foi de 80,1%, entre jovens de 7 a 17 anos foi de 77,8% e entre adultos de 18 a 59 anos chegou a 90%.
Quando a vacina deve ficar pronta?
A expectativa é que a vacina fique pronta até setembro deste ano, de acordo com o governo do estado de São Paulo. A aplicação será em dose única, simplificando a logística e aumentando a adesão à vacinação.
O Instituto Butantan vem desenvolvendo esse imunizante em parceria com o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIH). O estudo avançou para a fase 3 em 2016 e atualmente está na etapa de acompanhamento, que deve ser concluída este ano.
Após o término do estudo de fase III, os dados serão analisados por uma comissão independente e submetidos à aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Aumento de casos de dengue no Brasil
O Brasil registrou um aumento significativo nos casos da doença no início deste ano. Somente no mês de janeiro, foram contabilizados mais de 243 mil casos, representando um aumento de mais de 160% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A prevenção ainda é a melhor forma de combater a dengue. Medidas simples, como eliminar recipientes que possam acumular água parada e usar repelentes, são essenciais para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Após titubear, SUS prevê vacinação contra dengue neste mês
O Ministério da Saúde divulgou que 521 municípios brasileiros foram escolhidos para dar início à vacinação contra a dengue por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de fevereiro.
As cidades fazem parte de um total de 37 regiões de saúde que são consideradas endêmicas para a doença, conforme informado pela pasta.
Essas regiões foram selecionadas com base em três critérios: são compostas por municípios de grande porte, com mais de 100 mil habitantes; apresentaram alta transmissão de dengue no período de 2023-2024; e têm maior prevalência do sorotipo DENV-2. De acordo com a lista divulgada, 16 estados e o Distrito Federal possuem cidades que atendem a esses requisitos.
A vacina que será aplicada é a
A vacina que o governo Lula esnobou
Em outubro do ano passado, a vacina do laboratório japonês foi desprezada pelo governo Lula. O imunizante em questão era a Qdenga da farmacêutica japonesa Takeda,.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar a vacina em outubro de 2023. A decisão foi baseada nas análises do Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização da OMS (SAGE).
Em julho de 2023, o Ministério da Saúde disse que a vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês e autorizada pela Anvisa, ainda precisava de análise e que ela poderia demorar até um ano para ser incorporada ao sistema público.
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