Vacina a conta-gotas no mundinho de Bolsonaro e Doria
Em 2021, o Brasil vai ter vacina “a conta gotas”, segundo Luiz Henrique Mandetta. “Assim: arrumei cinco milhões de doses. Isso dá para dois milhões de pessoas, porque sempre tem pelo menos uns 10% de perdas”...
Em 2021, o Brasil vai ter vacina “a conta gotas”, segundo Luiz Henrique Mandetta.
“Assim: arrumei cinco milhões de doses. Isso dá para dois milhões de pessoas, porque sempre tem pelo menos uns 10% de perdas.”
Em entrevista para o Valor, ele falou também sobre a guerra da vacina entre Jair Bolsonaro e João Doria:
“O governo federal colocou a ficha dele numa vacina só. Um grande erro. Nenhum laboratório do planeta tem condição de abastecer, com duas doses, o Brasil precisa. O Brasil tinha que ter feito é botar um pouco de dinheiro na Pfizer, um pouco na AstraZeneca, um pouco na Moderna, um pouco na Coronavac. Em agosto eu alertei para que começasse a comprar seringa e agulha. Hoje está em falta no mercado. Doria pegou o lado ciência, e o outro o lado anti-ciência. Doria gostou desse debate, porque estava sempre um passo à frente. No final do ano, na questão do registro, aí o Doria erra. Erra porque começa a falar ‘eu vou vacinar’, ‘a vacina vai ser obrigatória’. Não compete a ele. E erra quando fala que vai começar a vacinar dia 25 de janeiro com registro ou sem registro. Não pode. Isso está fora das quatro linhas. Cruzou a linha da bola. Não vale. Os dois erram. Mas pelo menos esse último erro do Doria serviu para tirar o Ministério da Saúde da inércia. Essa politização que ambos fizeram serve para o mundinho dos dois. Serve para Bolsonaro dar carne aos leões do radicalismo, da anti-vacina, a cloroquina, essa coisa rala. E serve ao Doria, que posa como aquele que apostou na ciência. E quem perde com a briga dos dois é a economia, o povo, a saúde brasileira.”
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