Unidos contra a barbárie
Fernando Gabeira diz que é preciso criar uma frente contra a barbárie:“O massacre em Manaus foi o episódio mais bárbaro de que ouvi falar na história dos presídios brasileiros...
Fernando Gabeira diz que é preciso criar uma frente contra a barbárie:
“O massacre em Manaus foi o episódio mais bárbaro de que ouvi falar na história dos presídios brasileiros. A descrição do que aconteceu com os mortos, feita por pessoas da própria família, é cheia de detalhes tão macabros que diante deles a decapitação até parece um ato moderado (…).
Temer está perdendo uma grande oportunidade de trilhar um caminho que outros recusaram. Ele poderia ter-se reunido com parlamentares, mas não quis. Os deputados da chamada bancada da bala estavam interessados. Nessas circunstâncias, mesmo sem aceitar todas as suas premissas, os deputados desse grupo são interlocutores válidos. A segurança é sua bandeira e alguns são policiais experimentados.
Se fosse congressista, estaria discutindo com eles, pois o massacre de Manaus e a crise que ele explicita requerem um esforço nacional. Assim como é preciso superar a tendência de culpar uns aos outros, é preciso deixar para trás os tempos do nós contra eles.
Alguns temas, como esse dos presídios, são de tal gravidade que nos obrigam a reaprender a ideia de frente, do convívio entre posições distintas na busca de um denominador comum. Isso não significa abrir mão das próprias convicções. Apenas reconhecer que, num momento em que as organizações criminosas entram em guerra entre si, a sociedade unida tem uma excelente oportunidade para enfraquecê-las, dentro e fora das cadeias (…).
Todos nós que trabalhamos nas ruas conhecemos a miríade de posições sobre o tema. A diversidade não impede soluções negociadas. O problema de segurança pública já é considerado pela maioria um dos mais graves do País.
Com o surgimento do Estado Islâmico, também especialista em decapitar, ficou claro, pela série de atentados, que para eles somos todos iguais, não importa o que pensemos. Se somos iguais ante a barbárie, por que não nos igualamos na tarefa de nos defendermos dela?”
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